Pesquisa analisa atuação do CONSEA, extinto em 2019, na formulação de políticas de combate à fome

Rui Gonçalves • 11 de janeiro de 2022

A fome na América Latina alcançou no ano passado um patamar que não se via há décadas, segundo o mais recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre segurança alimentar, publicado em dezembro de 2021. A insegurança alimentar é um problema mundial de saúde pública. No Brasil, a configuração de uma política de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) ganhou centralidade na agenda governamental a partir de 1980. Um artigo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - ENSP examina a atuação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) na coordenação da política de SAN no Brasil durante 10 anos. A pesquisa concluiu que o financiamento adequado e a atuação do Estado na proteção social são essenciais para a superação dos desafios.


O artigo das pesquisadoras da ENSP, Verena Duarte de Moraes, Cristiani Vieira Machado e Rosana Magalhães, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva (clique aqui para ler) diz que a insegurança alimentar afeta desigualmente a população e tem relação com problemas de saúde como desnutrição, sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. “O tema tem se destacado nas áreas da saúde, nutrição e ciências sociais e ocupado a agenda das políticas públicas de diversos países.”

No Brasil, lembram elas, as políticas de SAN apresentaram uma trajetória fragmentada. No contexto da redemocratização, a I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, em 1986, mobilizou muitas organizações da sociedade, incluindo acadêmicos e profissionais. Nas décadas seguintes, sob novo marco constitucional legal, houve mudanças nas políticas de Alimentação e Nutrição, ressaltando a configuração do conceito de SAN, o consenso em torno do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), a criação de conselho nacional suprassetorial e a valorização da intersetorialidade.

A intersetorialidade, explicam elas, é essencial nas políticas de SAN, que abrangem diversos setores da economia e diferentes atores sociais, compreendendo a produção, o abastecimento, a comercialização, o acesso e o consumo de alimentos. “Diante dessa complexidade, mecanismos institucionais de coordenação entre áreas foram construídos para assegurar a implementação de políticas.”

O artigo destaca a criação do CONSEA, em 1993, como órgão consultivo vinculado à Presidência da República, constituindo um espaço de articulação intersetorial e de negociação entre Estado e sociedade civil na construção de políticas na área. “Nesse primeiro momento, o CONSEA promoveu a aproximação entre setores de governo e sociedade, conjugando pactuação política e controle social. No entanto, enfrentou constrangimentos e limites para a efetiva atuação, em grande parte devido ao panorama restritivo de gastos públicos, culminando com sua revogação pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995. Posteriormente, em 2003, e no âmbito do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o CONSEA foi recriado, mantendo as mesmas características, com participação majoritária da sociedade civil e representação de diversos ministérios.”

No que concerne à Política Nacional de SAN, a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, instituída de forma participativa em 2006, representou a consagração de uma concepção abrangente e intersetorial da política, afirmam as pesquisadoras, bem como dos princípios que a orientam: universalidade, autonomia e respeito à dignidade humana; participação social e transparência. “A Lei instituiu a Política Nacional de SAN e o Sistema Nacional de SAN, integrado pelo CONSEA, Conferências, Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), instituições privadas e um conjunto de órgãos e entidades de diferentes setores em todos os níveis de governo. Definiu também atribuições para a atuação do CONSEA na formulação, monitoramento e avaliação de políticas, de acordo com as Conferências Nacionais de SAN, incluindo a proposição à CAISAN de diretrizes para o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN). Nesse sentido, expressou a preocupação com a institucionalização e continuidade das políticas na agenda governamental.”

Segundo a pesquisa, a extinção do CONSEA, em 2019, após a mudança do governo federal, suscitou reação imediata de organizações e entidades de diferentes áreas, inclusive internacionais, que manifestaram o risco de fragilização das políticas de SAN.

De acordo com os resultados do estudo, o CONSEA, em 2007 era composto por um terço de representantes governamentais, compreendendo ministros de Estado e secretários especiais, e dois terços de representantes da sociedade civil escolhidos a partir de critérios aprovados na Conferência Nacional de SAN. A sua estrutura organizacional era formada por uma Secretaria Geral e uma Secretaria Executiva; a Mesa Diretiva; as Comissões Permanentes; os Grupos de Trabalho e a Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de SAN.

Segundo as entrevistas da pesquisa, a Mesa Diretiva era uma instância decisiva na construção da agenda, estabelecendo um processo democrático para a seleção dos temas das plenárias. Os temas eram debatidos previamente pelas Comissões Permanentes ou grupos de trabalho, que elaboravam propostas para apreciação na plenária. As Comissões Permanentes foram reconhecidas como um espaço relevante de diálogo entre áreas de atuação do governo e da sociedade civil, de aprofundamento de debates e de preparação de documentos e temas para a discussão nas plenárias. Entretanto, dois presidentes do Conselho entrevistados identificaram limitações de articulação entre tais instâncias.

Ainda mostram que as decisões colegiadas eram encaminhadas à Presidência da República e a órgãos do governo, por meio das recomendações, exposições de motivos e resoluções. As recomendações contêm proposições dirigidas a um determinado órgão público. As exposições de motivos são documentos analíticos com proposições encaminhadas à Presidência da República. As resoluções tratam de deliberações sobre a organização e funcionamento interno do CONSEA.

Em dezembro de 2016 foi publicado outro decreto, informa o artigo, atualizando os nomes dos ministérios que compunham o CONSEA a partir da reforma ministerial que transformou Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Observaram-se preocupações sobre as atribuições dos membros e a dinâmica de funcionamento do Conselho perante tais mudanças. mostra que as entidades civis componentes do CONSEA, em 2016, eram representantes de diferentes setores e áreas da política. Destacam-se na composição do CONSEA como representantes da sociedade civil as redes e fóruns nacionais temáticos (10 vagas), formadas por organizações criadas, em sua maioria, no fim dos anos 1980. Ressalte-se a relevância da atuação dos integrantes do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), dos quais três foram presidentes do Conselho.


Estrutura do CONSEA


A partir da análise das atas e das listas de presenças, a pesquisa explorou a participação dos órgãos governamentais nas reuniões no período do estudo. O MDS esteve presente em todas as reuniões, em geral com mais de um representante. Os ministros do MDS que exerceram o cargo no período estiveram presentes em mais da metade das plenárias. O Ministério da Saúde também contou na maior parte das reuniões com a presença de mais de um representante, destacando-se a baixa rotatividade dos membros desse órgão. A participação do Ministério da Educação foi significativa, especialmente se considerada a presença de representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Houve reuniões com representação simultânea do ministério e do FNDE (nesse caso, sem rotatividade).


Destaca-se que os membros do Ministério da Educação se identificavam não só pelo órgão, mas também mencionavam o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), sugerindo a importância desse programa nos debates dessa área junto ao CONSEA. No que concerne ao Ministério das Relações Exteriores, destaca-se a alta frequência e pouca alternância do seu representante, cuja participação foi elogiada nas atas e entrevistas, ocasionando ainda a emissão de uma nota de desagravo pela sua exoneração em 2016. Em relação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ressalte-se sua baixa participação e a presença da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) (empresa pública vinculada ao MAPA) em mais da metade das reuniões, representada, em geral, pelo mesmo membro.

Em relação às entidades civis, houve mudança de conselheiros e inversão de posição entre titulares e suplentes. No entanto, algumas entidades da sociedade civil mantiveram o mesmo representante durante todo o período analisado, como: Articulação Nacional de Agroecologia; Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional; Especialista/pesquisador para o setor de enfoques sócio-políticos; Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil; Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida; Ação da Cidadania; Rede Evangélica Nacional de Ação Social e Articulação no Semiárido Brasileiro.

De acordo com os atores entrevistados, a participação dos representantes dos povos e comunidades tradicionais, do Fórum Brasileiro e da Articulação Nacional de Agroecologia foi expressiva nas reuniões. As organizações que vocalizavam as temáticas étnicas, raciais e do DHAA tiveram impacto importante na institucionalidade governamental e contribuíam para a constituição de comissões específicas. As entrevistas revelaram ainda o fortalecimento do debate em torno de questões étnicas e raciais a partir da representação da população negra e comunidades tradicionais na agenda do CONSEA.

Destaca-se a baixa participação das entidades empresariais relacionadas à indústria de alimentos e ao agronegócio. No período pesquisado, apenas a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos, a Associação Brasileira de Supermercados e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil mantiveram a interface com o CONSEA. Membros do Conselho também indicaram a ausência de outros setores da iniciativa privada e de movimentos sociais. No entanto, a composição majoritária de representantes da sociedade civil e a ocupação da presidência por membro desse segmento conferia ao CONSEA uma peculiaridade como possível espaço de contestação, além de formulação de propostas e monitoramento da política. A sociedade civil valorizava tal arena pela sua visibilidade e certo grau de incidência na ação governamental. Entretanto, a eficácia da sua participação dependia da permeabilidade do governo. Como o CONSEA era capaz de dar voz a segmentos vulneráveis, alguns setores do governo eventualmente se sentiam ameaçados. Nesse sentido, observaram-se enfrentamentos e alianças entre governo e sociedade civil.


Agenda do CONSEA


O tema Planejamento/Gestão do CONSEA foi frequente nas pautas, o que pode estar relacionado ao esforço de institucionalização e fortalecimento dessa instância. Destacaram-se também, no planejamento da política, as discussões sobre o PLANSAN (2012-2015), o Plano Plurianual (PPA) e o Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade.

Nas entrevistas, o Plano foi destacado como estratégia importante de conexão entre os setores e promoção da intersetorialidade, considerando os diversos temas e estratégias abarcados. O PPA também esteve presente na agenda, com ênfase na metodologia de construção do programa temático intersetorial de SAN. A elaboração desse programa envolveu a participação da sociedade civil em fóruns de discussão em todo o país. Os entrevistados destacaram o desafio de construção de um programa intersetorial, estratégico e com metas robustas para alcançar os propósitos da área, o que teria representado uma conquista para o CONSEA.

Em relação ao orçamento, os debates expressaram a insatisfação de conselheiros com o baixo aporte de recursos destinado à área da SAN e a limitada capacidade do Conselho interferir no financiamento de programas sob gestão dos ministérios. A maioria das exposições solicitavam suplementação orçamentária para diversos programas e ações. De acordo com as entrevistas, o orçamento foi destacado como elemento de disputa, bem como os desafios postos pelas restrições orçamentárias e pela distribuição.


Relevância do CONSEA na afirmação do direito à alimentação e na formulação de políticas de SAN


A pesquisa mostrou que o CONSEA foi um espaço importante de formulação de políticas na área de SAN no período analisado, favorecendo o diálogo e a articulação entre diferentes órgãos governamentais e entidades da sociedade civil. A atuação do Conselho se mostrou relevante para a afirmação do direito à alimentação e a formulação de políticas de SAN voltadas a diversos segmentos populacionais, especialmente os mais vulneráveis, indicando sua importância para a proteção social.

No entanto, segundo a pesquisa, o enfrentamento de questões estruturantes foi dificultado por limites na efetividade de atuação do Conselho no que concerne à repercussão de suas recomendações junto ao Poder Legislativo e às instâncias do Executivo de maior poder decisório, principalmente em temas que mobilizam fortes interesses econômicos, como a regulação do uso de agrotóxicos e da indústria de alimentos.

A priorização do tema da SAN na agenda federal seria fundamental para assegurar avanços, dizem os pesquisadores, dada a necessidade de enfrentamento de interesses econômicos nesse âmbito que às vezes colidem com os objetivos sanitários. “A garantia de financiamento adequado e o fortalecimento de instâncias colegiadas e participativas são críticos para a sustentabilidade e a efetividade de políticas nessa complexa área.”

Em meio ao cenário de instabilidade e de crise política e econômica no país agravado, a partir de 2015, a extinção do CONSEA, em 2019, representou o desmonte de um espaço que favorecia a participação social e a intersetorialidade na construção de uma política estratégica, criticam os autores. “Outros estudos são necessários para acompanhar a atuação do Conselho, de 2017 a 2018, e os efeitos da sua extinção, a partir de 2019, uma vez que a articulação entre Estado e sociedade civil e o fortalecimento da coordenação intersetorial são fundamentais, em contextos democráticos, para a garantia de políticas públicas que promovam o bem-estar social e a melhoria das condições de saúde da população”, apontam eles.


Foto: Agência Brasil

 


Por Nairton Severiano 8 de julho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) encerrou o primeiro semestre de 2025 com um expressivo volume de ações fiscalizatórias em sua área de abrangência, que inclui os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao todo, foram mais de 1.460 fiscalizações realizadas entre janeiro e junho, reafirmando o compromisso da autarquia com a valorização da profissão e a proteção da sociedade. As visitas técnicas e diligências foram distribuídas entre grandes centros urbanos e municípios do interior, garantindo a presença ativa do Conselho em diferentes realidades e contextos regionais. A atuação firme e estratégica da equipe de Fiscalização busca assegurar que o exercício da Nutrição ocorra de forma ética, legal e qualificada, conforme estabelece a legislação vigente. A coordenadora da Fiscalização do CRN-6, Aline Freire, destaca que “essas ações são fundamentais para coibir o exercício ilegal da profissão, orientar os profissionais e instituições quanto às normativas do Sistema CFN/CRN e, acima de tudo, fortalecer a presença do nutricionista nos serviços de saúde, educação, assistência social e alimentação coletiva”. Além de combater irregularidades, as fiscalizações também têm caráter pedagógico e orientativo, promovendo o diálogo com os profissionais, empresas e gestores, e contribuindo para a melhoria das condições de trabalho e da qualidade dos serviços prestados à população. Com um olhar atento, presença constante e compromisso com a categoria, o CRN-6 segue atuando com responsabilidade e proximidade, garantindo que a Nutrição seja exercida com excelência em todos os territórios sob sua jurisdi ção.
Por Nairton Severiano 8 de julho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) e a Comissão Organizadora do Nutrição Experience 2025 publicaram edital de seleção para estudantes de Nutrição interessados em atuar como monitores nas edições do evento que ocorrerão nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A monitoria é voltada a estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação em Nutrição nos quatro estados da jurisdição do CRN-6, que tenham interesse em participar ativamente da organização de eventos acadêmicos e científicos. Trata-se de uma oportunidade única para fortalecer a formação profissional, ampliar a experiência em gestão de eventos e atuar em atividades práticas no campo da Nutrição. As inscrições estarão abertas entre os dias 08 e 15 de julho de 2025 e devem ser feitas exclusivamente pelo formulário disponível em: https://forms.gle/Bj1Cn1XWukFdz4E18 . O resultado será divulgado em 20 de julho . Cada estudante selecionado receberá certificado de participação e poderá contar com ajuda de custo para alimentação e transporte. As atividades terão início ainda em julho e seguirão até setembro, exigindo dedicação, responsabilidade e espírito de colaboração por parte dos monitores. As vagas estão distribuídas da seguinte forma: Natal/RN – 02 de agosto | 6 vagas Maceió/AL – 09 de agosto | 6 vagas João Pessoa/PB – 16 de agosto | 6 vagas Recife/PE – 30 de agosto | 10 vagas Os selecionados participarão de reuniões preparatórias, organização de materiais e suporte no dia do evento, contribuindo diretamente para o sucesso do Nutrição Experience 2025, que será realizado em alusão ao Dia do Nutricionista , comemorado em 31 de agosto. 📌 Fique atento aos prazos e participe! Essa é uma excelente oportunidade de formação para quem deseja ampliar sua atuação na área da Nutrição e integrar-se às atividades do Conselho. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 24 de junho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) marcou presença no Conasems 2025, considerado o maior evento de saúde pública do mundo, reunindo milhares de profissionais, gestores e representantes de entidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em um espaço de construção coletiva e intercâmbio de experiências. Representando o Conselho, a diretora Fabíola Marinho, nutricionista com trajetória na Atenção Primária à Saúde, esteve em diálogo direto com gestores municipais de toda a região Nordeste, reforçando a importância da inserção qualificada, homogênea e estratégica do nutricionista no SUS. Durante o evento, Fabíola também participou como palestrante, conduzindo a apresentação “Nutricionista é saúde: a importância da atuação multiprofissional no SUS”, em que defendeu a valorização da Nutrição como eixo central das políticas públicas de saúde. Sua fala ressaltou que fortalecer a presença da Nutrição na rede pública é garantir saúde com equidade, prevenção com ciência e cuidado com dignidade. A participação no Conasems reforça o compromisso do CRN-6 com a ampliação dos espaços de atuação profissional e com o fortalecimento de uma Nutrição comprometida com o bem-estar coletivo. Mais do que marcar presença, o Conselho segue atuando de forma ativa na incidência política e técnica pela valorização da categoria nos territórios da sua jurisdição.
Por Nairton Severiano 18 de junho de 2025
No último dia 16 de junho , o Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) celebrou seus 45 anos de atuação com um evento institucional marcado por emoção, reconhecimento e reafirmação do compromisso com a valorização profissional. A comemoração do Jubileu de Safira reuniu gerações que fizeram e seguem fazendo história na Nutrição da região Nordeste. O presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, foi o anfitrião da solenidade e destacou em sua fala a importância de manter vivas as conquistas do passado, sem perder de vista os desafios do presente e as possibilidades de um futuro mais digno para a categoria. “Celebrar 45 anos é honrar quem abriu os caminhos e reafirmar o nosso compromisso com cada nutricionista que atua na base, nos serviços públicos, na academia e em tantos espaços em que a Nutrição transforma vidas”, afirmou. A celebração contou com a presença ilustre de ex-presidentes do Conselho que marcaram época: Samuel Paulino, Adelaide Rêgo, Ana Maria Furtado, Ruth Lemos e Elenice Costa, em um momento de reencontro, troca de experiências e reconhecimento pelo legado construído. Um dos pontos mais comoventes da cerimônia foi a homenagem póstuma à ex-presidente Ida Cristina Veras, cuja lembrança foi celebrada com carinho por todos e recebida com emoção por seus familiares. Também estiveram presentes representantes das principais instituições que compõem o sistema e o campo da Nutrição no Brasil, como a Asbran (Associação Brasileira de Nutrição), a Federação Nacional dos Nutricionistas, os sindicatos dos quatro estados da jurisdição e a Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição, além dos conselheiros federais Riso Calazans, Caio Victor e Érika Carvalho, fortalecendo os laços entre as instâncias do Sistema CFN/CRN. O evento celebrou não apenas uma data, mas uma trajetória de lutas, conquistas e resistência. Ao longo de 45 anos, o CRN-6 tem atuado de forma firme em defesa da Nutrição como direito e da valorização profissional como eixo central da saúde pública. O momento foi também de projeção para o futuro: com diálogo, participação e compromisso, o Conselho segue construindo novas pontes para fortalecer a atuação dos nutricionistas nos diversos territórios da sua jurisdição. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 14 de junho de 2025
Entre os dias 9 e 11 de junho, Recife (PE) tornou-se o centro das discussões sobre políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional com a realização do I Encontro Regional do SISAN Nordeste. O evento reuniu representantes de diversos estados da região, gestores públicos, conselhos, movimentos sociais e entidades de classe para debater e fortalecer a governança participativa e intersetorial do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). E é claro que o Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) marcou presença de maneira ativa e forte na construção de diálogos e formação de profissionais da Nutrição. Com uma programação intensa ao longo de três dias, o Encontro foi marcado por momentos de escuta, troca de experiências e construção coletiva de estratégias voltadas à efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). A abertura oficial ocorreu na segunda-feira (9), com falas institucionais e painéis que abordaram o panorama do SISAN no Nordeste, além da apresentação de experiências exitosas nos âmbitos estadual e municipal. Na terça-feira (10), os participantes se dividiram em grupos de trabalho temáticos, com foco nos desafios da intersetorialidade e no aprimoramento dos mecanismos de monitoramento e avaliação das ações do SISAN. Um dos destaques do dia foi a transmissão ao vivo da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) do Consórcio Nordeste, reforçando o compromisso das gestões estaduais com uma agenda integrada para enfrentar a fome e promover a segurança alimentar no território nordestino. Encerrando a programação, a quarta-feira (11) foi dedicada a oficinas práticas sobre temas estratégicos como o Protocolo Brasil Sem Fome, compras públicas da agricultura familiar e gestão do SUAS, reforçando o papel central da articulação entre políticas públicas para garantir a alimentação como direito e não como privilégio. O CRN-6 marcou presença ativa no Encontro, reafirmando seu papel técnico e político na construção de uma alimentação digna para todos. A autarquia promoveu capacitações técnicas para os participantes, conduzidas pelos nutricionistas Isabel Gazzaneo, Felipe Soares, Daniela Araújo e Louriene Antunes , com foco no papel do nutricionista na efetivação da política de segurança alimentar e na atuação intersetorial nos territórios. A realização do evento foi fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), Governo de Pernambuco e CRN-6. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 10 de junho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) realizou, no dia 3 de junho de 2025, uma grande ação presencial em Caruaru (PE) para marcar a reinauguração da Representação Regional no Agreste pernambucano. O evento foi sediado no Bora Coworking – Empresarial Difusora e reuniu nutricionistas, estudantes e representantes da diretoria do Conselho em uma programação extensa, voltada para a escuta qualificada, orientação técnica e valorização profissional. Ao longo da tarde e noite, os participantes puderam acompanhar uma série de atividades, como a realização do espaço “Fale com o Presidente”, conduzido por Rafael Azeredo, presidente do CRN-6, que promoveu um diálogo aberto sobre o tema “Piso Salarial do Nutricionista”, escutando atentamente as demandas dos profissionais da região. O evento também contou com uma palestra técnica da nutricionista Paula Brielle sobre marketing nas redes sociais com ética, apontando estratégias de visibilidade profissional alinhadas à responsabilidade ética da categoria. A programação envolveu ainda ações de fiscalização dirigida e orientativa, plantão de entrega de carteiras profissionais para novos registrados, apresentação dos serviços prestados pelo CRN-6 e emissão de certificados para todos os participantes. A iniciativa fez parte do calendário do CRN-6 Perto de Você , projeto que tem como objetivo aproximar o Conselho da categoria em diferentes territórios da sua jurisdição. Para o presidente Rafael Azeredo , a presença do CRN-6 em Caruaru representa o fortalecimento da atuação institucional no interior de Pernambuco. “Estar presente em cada território é reafirmar nosso compromisso com a Nutrição como prática ética, técnica e socialmente comprometida. Caruaru é um polo estratégico e merece atenção especial”, destacou. A ação reforça o compromisso do Conselho com o diálogo, a escuta ativa e o fortalecimento da atuação profissional nas diversas realidades que compõem a 6ª Região. Texto: Rui Gonçalves
Por Rui Gonçalves 29 de maio de 2025
Nos últimos meses, o Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) promoveu uma série de visitas técnicas e atividades formativas em instituições de ensino superior, impactando diretamente mais de 100 estudantes de Nutrição. Universidades como Estácio, Fafire, Unibra e Unifacol receberam representantes do Conselho para palestras sobre ética, funcionamento do sistema CFN/CRN, fiscalização e valorização da profissão. Essas ações fazem parte da estratégia do CRN-6 de aproximar o Conselho dos futuros profissionais, contribuindo para sua formação cidadã e comprometida com os princípios éticos da Nutrição. O acolhimento e a escuta ativa dos estudantes também têm sido pontos centrais dessas visitas, fortalecendo o vínculo institucional com a comunidade acadêmica. Durante os encontros, os alunos puderam esclarecer dúvidas, conhecer mais sobre os direitos e deveres profissionais e entender como podem se envolver desde cedo com os debates da categoria. O CRN-6 acredita que a formação crítica começa na graduação e deve ser continuamente incentivada.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
Foi publicado na última edição da Revista DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde — periódico científico interdisciplinar editado pelo Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro — artigo sobre " Fatores associados à realização de consultas on-line por nutricionistas brasileiros durante a pandemia da Covid-19 ".  O estudo demonstrou, a partir de uma amostra representativa dos nutricionistas brasileiros, "que a preferência pela realização de consultas on-line durante a pandemia de Covid-19 estava significativamente associada a possuir cadastro na plataforma e-Nutricionista, à percepção desses nutricionistas quanto à aceitação dos seus pacientes em relação à Telenutrição, e à disposição desses profissionais em reduzir o valor das consultas para manter a modalidade on-line. Esses achados fornecem informações importantes sobre a adaptação e aceitação da Telenutrição no contexto brasileiro, e apresenta implicações relevantes para a prática clínica e a formulação de novas políticas". Para os autores do trabalho, os achados do estudo são relevantes "para direcionar as entidades ligadas à Nutrição, na perspectiva de serem tomados direcionamentos como ampla divulgação da plataforma e-Nutricionista, das diretrizes associadas à prática de Telenutrição e a capacitação sobre os documentos orientativos, éticos e de gestão da atuação do nutricionista, objetivando o crescimento e a usabilidade da Telenutrição como ferramenta para prestação de serviços de saúde.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
A Agência de Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa (Anvisa) iniciou este mês um novo ciclo de coleta de amostras do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. A ação é uma parceria com estados e municípios e com o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais. Em nota, a agência reguladora informou que o ciclo 2025 prevê a coleta de 3.505 amostras de um total de 13 alimentos, incluindo abacaxi, amendoim, batata, brócolis, café (em pó), feijão, laranja, mandioca (farinha), maracujá, morango, quiabo, repolho, trigo (farinha). As coletas, segundo a Anvisa, estão previstas para ocorrer entre maio e dezembro no Distrito Federal e nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.  “Este é o terceiro ciclo do Plano Plurianual 2023–2025, que prevê o monitoramento de 36 alimentos que representam cerca de 80% do consumo nacional de alimentos de origem vegetal”, destacou a agência. Entenda Criado em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos é o resultado de uma ação conjunta da Anvisa, de vigilâncias sanitárias locais e de laboratórios centrais de saúde pública. A proposta é monitorar resíduos de agrotóxicos em alimentos que chegam à mesa do consumidor, visando reduzir eventuais riscos à saúde. De acordo com a Anvisa, as coletas dos alimentos são realizadas pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, em locais onde a população adquire os alimentos, de forma que se obtenha amostras com características semelhantes ao que será consumido. “Assim, as coletas são realizadas semanalmente no mercado varejista, tais como supermercados e sacolões, seguindo uma programação que envolve a seleção prévia dos pontos de coleta e das amostras a serem coletadas”, informou a agência. Atualmente, o programa analisa mais de 300 agrotóxicos em 36 alimentos, totalizando mais de 45 mil amostras analisadas desde 2001. A escolha dos alimentos leva em conta a dieta básica da população brasileira, conforme dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Anvisa explica que os resultados subsidiam medidas quanto às irregularidades e riscos identificados, além de possibilitar a avaliação e o mapeamento das situações em que os resíduos de agrotóxicos nos alimentos possam representar risco à saúde da população.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
Depois da proibição da comercialização das marcas de azeite de oliva Alonso e Quintas D´Oliveira na terça-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nova resolução nesta quinta-feira (22) proibindo a comercialização de outras duas marcas do produto: Escarpas das Oliveiras e Almazara. A medida é resultado de investigações da Anvisa, após denúncia feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Conforme a resolução publicada no Diário Oficial da União, o impedimento da comercialização deve-se à origem desconhecida das duas marcas de azeite. A decisão também traz que a embaladora dos produtos, a empresa Oriente Mercantil Importação e Exportação Ltda, consta como tendo o CNPJ encerrado junto à Receita Federal desde 8 de novembro de 2023 . Em caso de descumprimento da decisão, a venda dos produtos pode representar infração grave, inclusive com a responsabilização dos estabelecimentos que seguirem vendendo essas marcas de azeite. Além de irregularidades nos padrões de rotulagem, as marcas não tinham licenças na Anvisa ou no Ministério da Saúde. Nos rótulos dos produtos consta apenas o nome da embaladora Oriente Mercantil Importação e Exportação. Fonte: Agência Brasil