Consumo excessivo de ultraprocessados aumenta em até 58% o risco de depressão

Rui Gonçalves • 18 de março de 2025

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta quase 6% da população brasileira, o que corresponde a cerca de 12 milhões de pessoas. No mundo, são mais de 300 milhões de diagnósticos. O tratamento envolve terapia e medicação, mas o gerenciamento da doença também passa pela busca de um estilo de vida mais saudável, priorizando atividade física, alimentação e sono equilibrados. Diversos estudos associam estes fatores a uma melhora global e duradoura.


No caso da relação entre hábitos alimentares e depressão, porém, “muito do que se sabe vem de pesquisas conduzidas em países ricos”, conta Naomi Ferreira, pós-doutoranda da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), destacando a falta de dados que considerem a realidade dos países de baixa e média renda. Pensando em diminuir essa lacuna, ela liderou um estudo com brasileiros focado especialmente na relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência e persistência da condição psíquica. A pesquisa envolveu mais de 14 mil pessoas, com dados coletados ao longo de oito anos, e revelou que uma dieta com alto teor destes produtos tem um impacto substancial no risco de depressão persistente.


A pesquisa teve o apoio do Laboratório de Fisiopatologia no Envelhecimento (Gerolab), que investiga o envelhecimento e as doenças crônico-degenerativas associadas. Claudia Suemoto, professora de Geriatria da FMUSP e diretora do Biobanco do Gerolab, já verificou anteriormente a associação entre o consumo de ultraprocessados e o declínio cognitivo na terceira idade, e foi responsável por supervisionar o trabalho recente. “Os ultraprocessados têm sido estudados em relação a vários desfechos de saúde”, explica Naomi. O artigo também contou com a participação de profissionais do Instituto de Psiquiatria (IPq) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.


“As pesquisadoras da FSP trabalharam com o Carlos Monteiro, cientista brasileiro que descreveu pela primeira vez a classificação de ultraprocessados”, continua Naomi. Essa classificação, utilizada amplamente em escala mundial, divide os alimentos em quatro grupos: in natura ou minimamente processados; ingredientes culinários processados; alimentos processados; e ultraprocessados (que contêm aditivos como corantes e emulsificantes). No contexto da pesquisa, os grupos 1 e 2 foram unidos, pois os ingredientes são comumente usados na preparação e tempero de alimentos naturais.


Ao longo do estudo, houve três períodos de avaliação (ondas): 2008 a 2010, 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Dentre os 13.870 participantes anteriormente livres de depressão, o grupo que consumia alimentos não processados ou minimamente processados não apresentou depressão em nenhuma das ondas avaliadas.


Publicada no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, a investigação foi realizada a partir de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que acompanha a saúde de servidores públicos de seis capitais entre 35 e 74 anos. O Elsa acontece em diversos centros no País, e tem como objetivo avaliar o risco na população brasileira para doenças crônicas, em especial, as cardiovasculares e o diabetes. É considerado um levantamento fundamental para a adequação de políticas públicas de saúde às necessidades nacionais. Um dos enfoques do estudo é a dieta da população, associada às condição de vida, diferenças sociais, relação com o trabalho e gênero.


“O Elsa é um marco, porque é um estudo epidemiológico com um acompanhamento longo, e envolve uma população de quase 15 mil pessoas”, destaca Naomi. “Esses dados são muito importantes para entender um fenômeno que já é analisado em outros contextos socioculturais, mas que tem suas peculiaridades num País como o nosso, composto de desigualdades e adversidades do ponto de vista socioeconômico. ”


Perigo dos ultraprocessados
Informações consolidadas na ciência confirmam que uma alimentação primordialmente in natura auxilia a suprir as necessidades do corpo humano, reduzir a hipertensão e atrasar a neurodegeneração em pessoas de idade avançada. A chamada “dieta mediterrânea” fornece alto teor de antioxidantes e baixas quantidades de gorduras saturadas e açúcares adicionados: consequentemente, o estresse oxidativo é reduzido, e os níveis inflamatórios cerebrais diminuem. “A dieta mediterrânea é caracterizada por um consumo importante de frutas, legumes e verduras, e um consumo baixo de carne vermelha”, comenta Naomi Ferreira.


Em contrapartida, o consumo diário de ultraprocessados está relacionado ao aumento de processos inflamatórios, tanto do ponto de vista sistêmico quanto de neuroinflamação, propiciando perfis desregulados de neurotransmissores cerebrais. “A dieta ocidental que a população mundial tem aderido, muito baseada em fast foods e comidas prontas, tem um alto teor de calorias vazias — ou seja, você ingere a caloria, mas o corpo continua carecendo de nutrientes fundamentais”, aponta.


“A constituição do alimento ultraprocessado pode causar desequilíbrios na microbiota intestinal”, continua a pesquisadora. O eixo intestino-cérebro, que liga o sistema nervoso entérico ao central, participa da relação: vitaminas e minerais são cruciais para o bom funcionamento do sistema nervoso, e sua ausência aumenta o risco de diversas doenças, como demência e Alzheimer. “A intensa deposição das proteínas em um ambiente com mais marcadores inflamatórios predispõe o indivíduo a apresentar sintomas neurodegenerativos”, diz.


Métodos de investigação
Para quantificar a incidência da depressão nos pacientes, o principal método utilizado foi o Clinical Interview Schedule-Revised (CIS-R), uma entrevista validada para sintomas psiquiátricos. O CSI-R se baseia em cinco aspectos: fadiga, concentração ou esquecimento, distúrbios do sono, depressão e ideias depressivas.


Os dados coletados foram comparados com as respostas de um questionário de frequência alimentar, que avalia padrões alimentares no período de um ano com base em 114 itens. Por fim, foi realizada a análise de Cox, que informa o risco do indivíduo desenvolver a depressão ou não, de acordo com seus hábitos. “Aqueles que consumiam mais ultraprocessados no início do estudo apresentaram um risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão”, realça a Dra. Naomi.


O maior diferencial da pesquisa, entretanto, foi o enfoque dado à persistência da doença ao longo dos oito anos. A análise de Cluster, um software estatístico, classificou os participantes do estudo em três grupos: nenhum diagnóstico de depressão, diagnóstico em somente uma das avaliações, e diagnóstico em duas ou mais avaliações. Juntamente a essa estratégia, uma análise de regressão multinomial avaliou o consumo de ultraprocessados de 1 a 4 e associou ambos os resultados.


“O resultado da depressão persistente foi inesperado porque não se tinha muitos estudos sobre isso, sabíamos muito pouco a respeito”, afirma a cientista. Os indivíduos que registraram maior consumo de ultraprocessados no início do estudo tiveram mais diagnósticos nas avaliações subsequentes: em relação ao grupo 1, o risco de depressão persistente dos integrantes do grupo 2 foi 30% maior; o risco do grupo 3 foi 39% maior, e com relação ao grupo 4, o risco foi 58% maior.


Condição e estilo de vida
O estudo também levou em consideração variáveis associadas para o desenvolvimento da depressão, como aspectos sociodemográficos e dados clínicos. Portanto, a pesquisa também questionou os participantes sobre seus hábitos, como consumo excessivo de álcool, tabagismo e frequência de atividade física.


Os resultados revelaram associações a múltiplos fatores: jovens, mulheres, negros ou pardos, fumantes, pessoas de baixa renda, pessoas com maior ingestão total de energia diária e maior Índice de Massa Corporal (IMC) eram mais propensos a receber o diagnóstico na primeira avaliação. Por outro lado, participantes com um diploma universitário, casados e fisicamente ativos eram menos propensos a sofrer com a depressão.


A cientista também ressalta que o alto consumo de ultraprocessados leva ao sobrepeso e à obesidade, e essas condições aumentam o risco cognitivo em geral. Para ela, um grande desafio é conscientizar a população da importância de refletir sobre seus hábitos alimentares.


“Se só pensarmos na gratificação a curto prazo, podemos sacrificar o longo prazo com um transtorno mental e com diversas outras doenças a que os ultraprocessados estão associados.” 


Pelo lado positivo, a análise estatística da substituição de alimentos demonstra que uma pequena diferença já pode surtir efeitos relevantes: substituindo 5% do consumo de ultraprocessados pela mesma quantidade calórica em alimentos minimamente processados, o risco de um indivíduo desenvolver depressão ao longo dos anos diminui em 6%. Ao substituir 20% desses produtos, é possível reduzir a probabilidade em 22%.


Solucionar este problema em nível social, entretanto, é uma tarefa complexa, visto que a diversidade socioeconômica da população brasileira interfere diretamente no acesso à alimentação de qualidade. “Os ultraprocessados são produzidos de forma a aguentar por muito mais tempo na prateleira, então são financeiramente mais acessíveis do que o alimento in natura, e por isso pessoas de renda mais baixa tendem a consumi-los”, finaliza a pesquisadora.


28 de outubro de 2025
Se Amostra Pernambuco divulga programação oficial da I Mostra Estadual de Alimentação e Nutrição na APS
17 de outubro de 2025
O Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região (CRN-6) divulgou a relação oficial dos trabalhos aprovados para apresentação no Se Amostra Pernambuco, evento que integra a programação do Nutrição Experience 2025. A iniciativa tem como objetivo valorizar experiências exitosas, pesquisas e práticas inovadoras desenvolvidas em diferentes contextos da alimentação e nutrição, fortalecendo o compartilhamento de saberes e a articulação en tre profissionais, estudantes e instituições. Ao todo, foram aprovados diversos trabalhos distribuídos em eixos temáticos como: Cooperação e Articulação para Segurança Alimentar e Nutricional; Controle e Regulação dos Alimentos; Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição; Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; Organização da Atenção Nutricional; Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; Qualificação da Força de Trabalho; Vigilância Alimentar e Nutricional. As apresentações ocorrerão nas modalidades oral e banner, abrangendo experiências acadêmicas, técnicas e comunitárias. Entre os temas selecionados estão iniciativas como a implantação de protocolos municipais de fórmulas nutricionais, estratégias de educação alimentar e nutricional em diferentes territórios, inovações no preparo de alimentos regionais e experiências intersetoriais voltadas à promoção da saúde infantil. “O Se Amostra Pernambuco é um espaço importante para dar visibilidade às práticas profissionais e acadêmicas que estão transformando a realidade alimentar e nutricional no estado. É um momento de encontro, troca e valorização da nossa categoria”, destaca a nutricionista e coordenadora do evento, Vilma Ramos. A lista completa dos trabalhos aprovados está disponível ao final desta matéria.
23 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6), em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco por meio da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CSANS), lançou o edital para seleção de relatos de experiências locais, no formato de resumos expandidos, destinados à apresentação no evento “Se Amostra, Pernambuco!”, que será realizado no dia 30 de outubro de 2025. O objetivo é valorizar, divulgar e incentivar a produção técnico-científica em Alimentação e Nutrição desenvolvida no Estado, reconhecendo experiências exitosas que contribuam para o fortalecimento das práticas e políticas públicas na área. Podem participar profissionais, estudantes, grupos e instituições que tenham desenvolvido atividades, projetos, pesquisas ou ações extensionistas no campo da Nutrição em Pernambuco. Cada autor poderá submeter até dois trabalhos, de forma individual ou em coautoria (limitados a seis autores por resumo). Informações importantes: Período de submissão: 22 de setembro a 6 de outubro de 2025; Divulgação dos trabalhos aprovados: 15 de outubro de 2025; Apresentação no evento: 30 de outubro de 2025; Formato de apresentação: pôster e, para os trabalhos de maior destaque, apresentação oral; Premiação: menção honrosa para dois trabalhos, sendo um com participação de nutricionista e outro sem. Os resumos expandidos deverão ter entre 4.000 e 6.000 caracteres, seguindo o modelo oficial disponível no site do CRN-6. A submissão será feita exclusivamente por meio da plataforma Sympla respeitando os prazos estabelecidos O presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, destaca que o evento é uma oportunidade de dar visibilidade ao conhecimento produzido no estado: “O Se Amostra Pernambuco é um espaço de reconhecimento e partilha, que reforça a importância da Nutrição no enfrentamento dos desafios alimentares e na promoção da saúde da população.”
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) e manifestou preocupação diante da aprovação de uma emenda substitutiva ao Projeto de Lei n° 425/2023, de autoria do Deputado Estadual Dr. Wanderley, que originalmente propunha a proibição da oferta e comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas públicas e privadas de Alagoas. Segundo o presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, a redação original do PL significava um avanço na proteção da saúde de crianças e adolescentes, ao alinhar-se às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a emenda substitutiva enfraquece o caráter protetivo da proposta ao transformar a proibição em mera recomendação de preferência por alimentos in natura e minimamente processados. Nota Oficial do Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) e do Consea Maceió (AL) O Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) e o Consea Maceió manifestam apoio integral ao Projeto de Lei n° 425/2023, em sua redação original, de autoria do Deputado Estadual Dr. Wanderley, que dispõe sobre a proibição da oferta e comercialização de alimentos ultraprocessados nas unidades escolares das redes públicas e privadas do Estado de Alagoas. O texto original do PL representa um avanço efetivo na promoção da saúde das crianças e adolescentes, ao alinhar-se às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertam para o impacto nocivo do consumo precoce e frequente de alimentos ultraprocessados no aumento dos índices de obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas. Entretanto, o CRN-6 e o Consea Maceió (AL) não concordam com a Emenda Substitutiva posteriormente apresentada e aprovada nas comissões, pois esta enfraquece o caráter protetivo do projeto ao substituir a proibição clara por uma recomendação de preferência pelo consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Tal modificação descaracteriza a proposta inicial, abre espaço para interpretações permissivas e mantém brechas para a manutenção da lógica de comercialização de ultraprocessados no ambiente escolar. Ressaltamos que o ambiente escolar deve ser um espaço protetivo, formador e promotor de hábitos alimentares saudáveis, livre da pressão mercadológica e da influência da indústria de ultraprocessados, que frequentemente utiliza estratégias de marketing direcionadas ao público infantil. O CRN-6 e o Consea Maceió (AL) reafirmam, portanto, seu posicionamento contrário à emenda substitutiva e defende a aprovação e implementação da versão original do PL 425/2023, como medida concreta de saúde pública e de proteção integral à infância e adolescência em Alagoas. Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) de Maceió (AL) O CRN-6 e o Consea Maceió (AL) reafirmam, juntos, seu compromisso em defender políticas públicas efetivas de alimentação e nutrição, ressaltando que a proteção à infância exige medidas firmes, sem retrocessos que fragilizem conquistas em saúde coletiva.
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) torna público o resultado da 1ª etapa do processo seletivo de estagiários, referente à fase de homologação das inscrições. Nesta etapa, foram analisados os documentos enviados pelos(as) candidatos(as). Os nomes homologados seguem aptos para participar das próximas fases da seleção. Resultado da homologação Vaga A1 – Administração Não houve inscritos. Vaga A2 – Design Gráfico, Comunicação Social ou Publicidade Hanna Mikaella Tavares de Lima Vaga A3 – Direito Ana Lilian Mendonça Ferreira Gabriela Hellen da Conceição Gomes Jéssica da Rocha Fidelis Vaga A4 – Tecnologia da Informação Daniel Cavalcanti Noronha Diego Felipe da Silva Avelino Leon Lourenço da Silva Santos Pedro Henrique Lima Barbosa Pedro Henrique Souza de Almeida Rosa Vaga A5 – Nutrição Alicia de Fátima Linhares Morais Antony de Amorim Teles Emanoel Messias da Silva Bezerra Giovanna Rocha Almeida Jonatan Rufino Rocha Lucas Silva dos Santos Lima Maria Cecília Felix Pereira Maria Eduarda Faustino de Araújo Maria Fernanda Avelino Lessa Karen Camylle de Oliveira Yone Gabriely da Silva Marques Prazo para recursos Os(as) candidatos(as) que não tiveram suas inscrições homologadas poderão entrar em contato com o CRN-6 até o dia 19/08, exclusivamente pelo e-mail: assessoriarh@crn6.org.br. O CRN-6 reforça o compromisso com a transparência e a valorização da formação profissional, oferecendo oportunidades de estágio que contribuem para o aprendizado e para a vivência prática das futuras(os) profissionais.
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) publicou, no dia 17 de setembro, uma Nota de Desagravo Público em defesa da nutricionista Eduarda Emanuela Silva dos Santos (CRN-6 nº 13051), vítima de ofensas verbais, ameaça e violência psicológica no exercício de sua atividade profissional na Cadeia Pública de Vila Rica, em Mato Grosso. De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado, a profissional foi agredida verbalmente durante um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por um policial penal, que utilizou termos ofensivos e depreciativos relacionados à sua atuação no sistema prisional. O episódio representou uma tentativa de desqualificar a função desempenhada pela nutricionista. O CRN-6 destaca que esse tipo de violência não atinge apenas a profissional envolvida, mas fere toda a categoria, que atua em diferentes áreas da saúde, garantindo a segurança alimentar e nutricional da população, inclusive em espaços de privação de liberdade. Previsão no Código de Ética A Nota de Desagravo é uma medida prevista no Código de Ética e de Conduta do Nutricionista (Resolução CFN nº 599/2018), que assegura ao profissional o direito de solicitar esse recurso quando sofrer ofensas em decorrência do exercício da profissão. A deliberação foi aprovada em reunião de diretoria do CRN-6, conforme Ata nº 44, reforçando o compromisso da autarquia em defender a dignidade, a autonomia e a relevância social do trabalho do nutricionista. Compromisso institucional O CRN-6 se solidariza com a nutricionista Eduarda Emanuela e reafirma que permanecerá atuando em defesa da categoria, garantindo que profissionais tenham condições de exercer sua prática com respeito, ética e valorização. “Agressões dessa natureza não podem ser naturalizadas. O CRN-6 reafirma sua posição de defesa intransigente da dignidade da profissão e de cada nutricionista que, diariamente, enfrenta desafios para promover saúde e cidadania”, destacou a presidência do Conselho.
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) lançou edital de processo seletivo público simplificado para estágio remunerado de nível superior. O objetivo é preencher vagas imediatas e formar cadastro de reserva em diversas áreas, com oportunidades em Recife (PE) e Maceió (AL). As vagas contemplam estudantes dos cursos de Administração, Design Gráfico/Comunicação Social/Publicidade, Direito, Tecnologia da Informação e Nutrição. A bolsa-estágio mensal é de R$ 700,00, para jornada de até 30 horas semanais, além de auxílio-transporte de R$ 8,60 por dia estagiado presencialmente. O processo seletivo será realizado em duas etapas: análise curricular e entrevista. Estudantes com deficiência têm assegurada a reserva de 10% das vagas, enquanto candidatos negros contam com 30% das vagas, conforme previsto em lei. As inscrições devem ser feitas de 28 de agosto a 5 de setembro de 2025, exclusivamente por e-mail (assessoriarh@crn6.org.br), com envio da documentação exigida no edital. O resultado final será divulgado no site oficial do CRN-6. Rui Gonçalves ASC do CRN-6
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
O Nutrição Experience (NEX) 2025 mostrou, mais uma vez, a força da Nutrição e do compromisso coletivo dos profissionais com a saúde e a sociedade. Em sua edição mais inovadora, o evento percorreu quatro estados da jurisdição do Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) - Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte — e reuniu números que comprovam sua grandiosidade e impacto. Foram 30 horas de evento, 1069 km percorridos, 1380 participantes presenciais e 623 acompanhando on-line, conectando a profissão em diferentes territórios. Mais de 30 instituições de ensino superior estiveram diretamente envolvidas, com estudantes e professores, garantindo a participação de 100% das IEs da região. Ao todo, 33 palestrantes e mediadores compartilharam conhecimento e experiências, promovendo uma verdadeira imersão nos desafios e possibilidades da Nutrição. Para o presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, o diferencial deste ano esteve na ousadia de levar o NEX até onde os nutricionistas estão. “O NEX nasceu com o compromisso de ser um espaço de troca e valorização da profissão. Este ano, inovamos ao estar presente em diferentes territórios, reforçando a ideia de que o NEX deve estar onde o nutricionista está. Essa proximidade fortalece nossa categoria e amplia nossa capacidade de diálogo com a sociedade.” A vice-presidente, Raimunda Nunes, destacou o caráter coletivo e celebrativo do evento. “O NEX é, acima de tudo, um momento de encontro. Estarmos juntos, estudantes, professores e profissionais, celebrando nossa profissão, é fundamental para fortalecer a identidade e a importância da Nutrição no Brasil. Essa união é o que nos move.” Já a diretora Fabíola Marinho ressaltou a diversidade dos temas abordados ao longo da programação. “A grande riqueza do NEX é conseguir reunir as mais diversas áreas da Nutrição em um único evento. Em cada encontro, tratamos desde saúde coletiva até nutrição esportiva, passando pela clínica, indústria e assistência social. Essa pluralidade mostra a amplitude e a potência da nossa profissão.” Com tamanha abrangência, o NEX 2025 consolidou-se como o maior evento de valorização da Nutrição da região, reafirmando o papel do CRN-6 como instituição comprometida em estar ao lado dos nutricionistas e da sociedade. Rui Gonçalves CCOM do CRN-6
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
A 3ª Vara Cível da Comarca de Mossoró (RN) determinou que uma influenciadora digital, estudante de Nutrição e com mais de 1 milhão de seguidores, retire em até 48 horas todas as publicações em que utilizava o nome de um nutricionista e professor universitário para promover cursos online de educação alimentar. A decisão, proferida pelo juiz Flávio César Barbalho de Mello, fixou multa de até R$ 10 mil em caso de descumprimento. Segundo os autos, a estudante entrou em contato com o professor — coordenador do curso de Nutrição de uma instituição de ensino superior — apenas para esclarecer dúvidas técnicas sobre calorias, proteínas e déficit calórico. Entretanto, passou a utilizar o nome do docente em materiais de divulgação de cursos online sobre organização da rotina alimentar e substituições de alimentos, como se o profissional fosse avalista acadêmico do conteúdo. A prática pode configurar exercício ilegal da profissão, já que a Lei nº 8.234/1991 determina que a prescrição e orientação de dietas é atividade privativa de nutricionistas devidamente habilitados e registrados em Conselho Regional. Decisão judicial Na sentença, o magistrado destacou que a estudante descumpriu a promessa de não prescrever ou orientar programas nutricionais, além de utilizar a credibilidade do professor sem autorização. “O caso se agrava ainda mais com a associação do autor, profissional da nutrição e coordenador do curso, como avalista do curso oferecido pela ré, estudante de nutrição”, registrou o juiz. Ele também alertou para o risco de dano imediato à imagem do docente enquanto seu nome permanecer vinculado ao material divulgado. Além da retirada das publicações, a decisão também proíbe novas associações ao nome do professor sem autorização expressa. A importância da atuação ética e legal O CRN-6 reforça que apenas nutricionistas, legalmente habilitados e registrados, estão autorizados a prescrever dietas e orientar condutas alimentares individualizadas. Casos como esse evidenciam a necessidade de fiscalização e da valorização da atuação profissional responsável, que protege a saúde da população e garante segurança nas práticas alimentares. Rui Gonçalves, com informações da assesssoria
Por Rui Gonçalves 20 de agosto de 2025
O Nutrição Experience (NEX) 2025 chegou a João Pessoa no dia 16 de agosto, no mini auditório da Uninassau, e reuniu estudantes, docentes e profissionais para um dia inteiro de debates, palestras e trocas de experiências sobre os múltiplos campos da Nutrição. Na ocasião, Com o tema “Nutrição em Movimento: Cuidar e Transformar em Cada Fase da Vida”, a programação trouxe discussões desde a infância até o envelhecimento saudável, além de painéis sobre suplementação e práticas interdisciplinares no esporte. A palestra magna foi conduzida por Larissa Brito, doutora em Nutrição pela UFPB e especialista em transtornos alimentares, que apresentou reflexões sobre estratégias de emagrecimento. O Painel Temático: Nutrição ao longo da vida destacou: Infância em Foco, com Joana Leite, abordando estratégias nutricionais para crianças com dificuldades alimentares; Adulto Saudável e Qualidade de Vida, com Natali Rodrigues, trazendo a importância da nutrição clínica e esportiva no cuidado do adulto; Nutrição e Envelhecimento, com Keyth Sulamitta, que apresentou práticas atualizadas para o envelhecimento saudável. O evento ainda contou com um debate entre as palestrantes, seguido de um coffee-break com apresentação cultural da estudante e cantora Barbara Batista. A segunda parte da manhã foi dedicada à suplementação no esporte, com: Lavoisiana Lacerda, doutora em Ciências da Nutrição, discutindo o uso adequado de suplementos em diferentes contextos; Caio Victor, mestre em Ciências da Nutrição, que apresentou os efeitos da fitoterapia no desempenho cognitivo e esportivo. O NEX João Pessoa reforçou a proposta do CRN-6 de aproximar estudantes e profissionais em um espaço de atualização e integração. A diversidade de temas e a qualidade dos palestrantes destacaram a amplitude da Nutrição e sua importância em cada fase da vida. Rui Gonçalves ASC do CRN-6