Risco de obesidade é 45% maior entre jovens que comem muito ultraprocessado

Rui Gonçalves • 19 de abril de 2022

Com base em dados de 3.587 adolescentes entre 12 e 19 anos que participaram do inquérito nacional de saúde e nutrição dos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) calcularam o quanto o consumo de alimentos ultraprocessados impacta no risco de obesidade.


No estudo, os jovens foram divididos em três grupos de acordo com a quantidade ingerida desses produtos. Ao comparar os que mais comiam ultraprocessados (em média 64% do total de gramas da dieta) com aqueles que comiam menos (18,5% em média), observou-se que os do primeiro grupo tinham 45% mais chance de obesidade, 52% mais chance de obesidade abdominal (gordura localizada na barriga) e – o dado mais preocupante – 63% mais chance de obesidade visceral (acúmulo de gordura entre os órgãos), que está altamente relacionada com o desenvolvimento de hipertensão, doença arterial coronariana, diabetes tipo 2, dislipidemia e aumento do risco de mortalidade.


Os resultados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

“A evidência científica tornou-se bastante sólida em relação ao papel negativo dos alimentos ultraprocessados na pandemia de obesidade. Isso está muito bem demonstrado para os adultos. Entre os jovens já havíamos constatado que o consumo desses produtos é elevado – representando cerca de dois terços da dieta dos adolescentes norte-americanos –, mas os resultados referentes à associação entre padrões alimentares baseados em ultraprocessados e desfechos de saúde, entre eles a obesidade, eram escassos e inconsistentes”, explica Daniela Neri, primeira autora do artigo e integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública da USP.


Contexto

Coordenada pelo professor Carlos Augusto Monteiro, a equipe do Nupens foi pioneira em associar as mudanças no processamento industrial de alimentos com a pandemia de obesidade, que teve início nos Estados Unidos nos anos 1980 e, no século 21, atingiu a maioria dos países do mundo. Com base nessa hipótese, o grupo desenvolveu uma classificação para os alimentos, denominada NOVA, baseada no nível de processamento industrial. O trabalho embasou as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira lançado em 2014, que recomenda priorizar as preparações culinárias com alimentos in natura ou minimamente processados e evitar os ultraprocessados – categoria que pode incluir desde refrigerantes, bolachas recheadas e salgadinhos de pacote até mesmo um aparentemente inocente pão de forma integral (leia mais em: agencia.fapesp.br/20820/).


“De modo geral, os alimentos e bebidas ultraprocessados contêm aditivos químicos – como corantes, aromatizantes, emulsificantes e espessantes – que buscam melhorar as características sensoriais do produto. Muitos deles têm alta densidade energética e teores elevados de açúcar e gordura, o que contribui diretamente para o ganho de peso. Mas mesmo aqueles com baixas calorias, como o refrigerante diet, podem favorecer o desenvolvimento de obesidade de formas que vão além da composição nutricional. Por exemplo, interferindo na sinalização de saciedade do organismo ou modificando a microbiota do intestino”, explica Neri.


Metodologia

Na pesquisa recém-publicada, a dieta dos adolescentes foi avaliada por meio de uma metodologia conhecida como Recordatório Alimentar de 24 horas, que consiste na obtenção de informações sobre os tipos e as quantidades de todos os alimentos e bebidas ingeridos no dia que antecede a entrevista, bem como os horários e os locais de consumo das refeições. A maioria dos participantes incluídos na análise (86%) passou por duas entrevistas do tipo, com um intervalo de duas semanas entre elas.


Com base nesse recordatório, os jovens foram divididos em três grupos. No primeiro estavam os que consumiam até 29% dos gramas totais da dieta em ultraprocessados. No segundo, aqueles para os quais esse percentual variou entre 29% e 47% e, no último tercil, ficaram aqueles com valores acima de 48%.


Também foram avaliados os dados antropométricos dos participantes, entre eles peso, altura e circunferência da cintura. Esses índices foram avaliados para idade e sexo, de acordo com o padrão de crescimento do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.


“O risco de obesidade total foi estimado com base no IMC, que é calculado dividindo o peso [em quilos] pela altura ao quadrado [em metros]. Já para avaliar a obesidade abdominal nos baseamos na medida da circunferência abdominal. E um parâmetro menos conhecido, que é o diâmetro abdominal sagital, foi usado como proxy [valor representativo] da obesidade visceral”, conta Neri.


Como explica a pesquisadora, o diâmetro abdominal sagital é uma forma indireta e não invasiva de mensurar a quantidade de gordura entre os órgãos. “O indivíduo deita na maca e, com uma espécie de régua [paquímetro], é aferida a distância entre a parte inferior das costas até a região do umbigo, de modo que a gordura subcutânea mais mole caia para os lados e a gordura visceral, mais rígida, permaneça no local. Desse modo, evitam-se eventuais erros de medição que poderiam ser causados por dobras na região da cintura.”


Todos os dados avaliados na pesquisa da USP foram extraídos do National Health and Nutrition Examination Survey (Nhanes) – o inquérito nacional de saúde e nutrição realizado continuamente nos Estados Unidos. Trata-se de um banco público de dados que abrange uma amostra nacionalmente representativa da população dos Estados Unidos. No estudo, foram usadas informações coletadas entre 2011 e 2016. Segundo Neri, as conclusões podem ser extrapoladas para os jovens brasileiros, que também estão expostos desde cedo aos alimentos ultraprocessados, ainda que em menor proporção.


“No Brasil não há nenhum levantamento que forneça, ao mesmo tempo, informações sobre consumo alimentar de adolescentes e dados antropométricos coletados em avaliações presenciais. Esse tipo de inquério nutricional tem alto custo e requer financiamento contínuo. No país há algumas iniciativas similares, porém, mais simples”, comenta Neri.


No Vigitel, que é o inquérito nacional conduzido anualmente pelo Ministério da Saúde para monitorar fatores de risco e proteção para doenças crônicas, por exemplo, a coleta de dados é feita por telefone e somente com pessoas acima de 18 anos. Os dados mais recentes desse levantamento, divulgados em janeiro deste ano pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), apontam que a taxa de obesidade na população adulta do Brasil passou de 11,8% em 2006 para 21,5% em 2020, ou seja, praticamente dobrou.


Já a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz dados sobre o consumo alimentar de adolescentes e adultos no país, mas não contém informações sobre o estado de saúde dos pesquisados.


Segundo a edição mais recente da POF, feita entre 2017 e 2018, mais da metade (53,4%) das calorias consumidas pelos brasileiros vêm dos alimentos in natura (verduras, frutas, carnes, leite etc.) ou minimamente processados (grãos e farinhas, por exemplo), 15,6% de ingredientes culinários processados (como sal, açúcar e azeite), 11,3% de alimentos processados (queijos, pães artesanais, frutas e legumes em conserva) e 19,7% de alimentos ultraprocessados. Entre os adolescentes analisados na POF a proporção de ultraprocessados representa 27% do total de calorias diárias, enquanto entre adultos com 60 anos ou mais esse percentual é de 15,1%.


Comparações

Em outro estudo conduzido no Nupens e divulgado na revista Obesity Reviews, os pesquisadores compararam os dados sobre o padrão alimentar dos adolescentes da POF 2017-2018 com informações similares de outros sete países: Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos e Reino Unido.


A participação dos ultraprocessados na dieta dos jovens variou bastante entre as nações – sendo menor na Colômbia (19% das calorias da dieta) e no Brasil (27%) e mais alta entre os britânicos (68%) e norte-americanos (66%). Apesar da discrepância no consumo, o impacto na qualidade da dieta foi muito parecido em todas as populações avaliadas, conta Neri à Agência FAPESP.

“Nesse estudo os jovens também foram divididos em grupos de acordo com o consumo de ultraprocessados. E observamos que, à medida que aumenta a participação desses produtos, há uma piora na qualidade da dieta, ou seja, cresce a densidade energética e os teores de açúcar. Por outro lado, ocorre redução de fibras. O efeito negativo é muito parecido em todos os países, independentemente da proporção de ultraprocessados, da região ou da cultura.”


Embora o arroz com feijão ainda seja a base da alimentação brasileira, ressalta a pesquisadora, um levantamento divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde revelou que o consumo de ultraprocessados é frequente no país até mesmo entre crianças com menos de 5 anos: mais de 80% dos indivíduos nessa faixa etária fazem uso regular.


“A ingestão desses produtos tira o espaço do alimento in natura ou minimamente processado em uma fase em que os hábitos alimentares estão sendo formados”, alerta Neri. “Essa exposição de crianças e adolescentes a esses alimentos obesogênicos representa uma verdadeira programação para problemas futuros de saúde. É realmente preocupante.”

Para a pesquisadora, controlar essa exposição é algo que está além da capacidade das famílias, uma vez que seria necessário remodelar todo o sistema alimentar atual.


“Além de conscientizar os consumidores, é preciso agir em várias frentes por meio de políticas públicas. Há diferentes estratégias possíveis, como restringir a publicidade, principalmente para crianças, e aumentar a tributação desses produtos, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso aos alimentos in natura. Outra medida fundamental diz respeito aos rótulos, que devem trazer informações mais claras para guiar as escolhas alimentares dos consumidores”, avalia Neri.


Fonte: Agência Brasil


28 de outubro de 2025
Se Amostra Pernambuco divulga programação oficial da I Mostra Estadual de Alimentação e Nutrição na APS
17 de outubro de 2025
O Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região (CRN-6) divulgou a relação oficial dos trabalhos aprovados para apresentação no Se Amostra Pernambuco, evento que integra a programação do Nutrição Experience 2025. A iniciativa tem como objetivo valorizar experiências exitosas, pesquisas e práticas inovadoras desenvolvidas em diferentes contextos da alimentação e nutrição, fortalecendo o compartilhamento de saberes e a articulação en tre profissionais, estudantes e instituições. Ao todo, foram aprovados diversos trabalhos distribuídos em eixos temáticos como: Cooperação e Articulação para Segurança Alimentar e Nutricional; Controle e Regulação dos Alimentos; Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição; Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; Organização da Atenção Nutricional; Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; Qualificação da Força de Trabalho; Vigilância Alimentar e Nutricional. As apresentações ocorrerão nas modalidades oral e banner, abrangendo experiências acadêmicas, técnicas e comunitárias. Entre os temas selecionados estão iniciativas como a implantação de protocolos municipais de fórmulas nutricionais, estratégias de educação alimentar e nutricional em diferentes territórios, inovações no preparo de alimentos regionais e experiências intersetoriais voltadas à promoção da saúde infantil. “O Se Amostra Pernambuco é um espaço importante para dar visibilidade às práticas profissionais e acadêmicas que estão transformando a realidade alimentar e nutricional no estado. É um momento de encontro, troca e valorização da nossa categoria”, destaca a nutricionista e coordenadora do evento, Vilma Ramos. A lista completa dos trabalhos aprovados está disponível ao final desta matéria.
23 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6), em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco por meio da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CSANS), lançou o edital para seleção de relatos de experiências locais, no formato de resumos expandidos, destinados à apresentação no evento “Se Amostra, Pernambuco!”, que será realizado no dia 30 de outubro de 2025. O objetivo é valorizar, divulgar e incentivar a produção técnico-científica em Alimentação e Nutrição desenvolvida no Estado, reconhecendo experiências exitosas que contribuam para o fortalecimento das práticas e políticas públicas na área. Podem participar profissionais, estudantes, grupos e instituições que tenham desenvolvido atividades, projetos, pesquisas ou ações extensionistas no campo da Nutrição em Pernambuco. Cada autor poderá submeter até dois trabalhos, de forma individual ou em coautoria (limitados a seis autores por resumo). Informações importantes: Período de submissão: 22 de setembro a 6 de outubro de 2025; Divulgação dos trabalhos aprovados: 15 de outubro de 2025; Apresentação no evento: 30 de outubro de 2025; Formato de apresentação: pôster e, para os trabalhos de maior destaque, apresentação oral; Premiação: menção honrosa para dois trabalhos, sendo um com participação de nutricionista e outro sem. Os resumos expandidos deverão ter entre 4.000 e 6.000 caracteres, seguindo o modelo oficial disponível no site do CRN-6. A submissão será feita exclusivamente por meio da plataforma Sympla respeitando os prazos estabelecidos O presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, destaca que o evento é uma oportunidade de dar visibilidade ao conhecimento produzido no estado: “O Se Amostra Pernambuco é um espaço de reconhecimento e partilha, que reforça a importância da Nutrição no enfrentamento dos desafios alimentares e na promoção da saúde da população.”
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) e manifestou preocupação diante da aprovação de uma emenda substitutiva ao Projeto de Lei n° 425/2023, de autoria do Deputado Estadual Dr. Wanderley, que originalmente propunha a proibição da oferta e comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas públicas e privadas de Alagoas. Segundo o presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, a redação original do PL significava um avanço na proteção da saúde de crianças e adolescentes, ao alinhar-se às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a emenda substitutiva enfraquece o caráter protetivo da proposta ao transformar a proibição em mera recomendação de preferência por alimentos in natura e minimamente processados. Nota Oficial do Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) e do Consea Maceió (AL) O Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) e o Consea Maceió manifestam apoio integral ao Projeto de Lei n° 425/2023, em sua redação original, de autoria do Deputado Estadual Dr. Wanderley, que dispõe sobre a proibição da oferta e comercialização de alimentos ultraprocessados nas unidades escolares das redes públicas e privadas do Estado de Alagoas. O texto original do PL representa um avanço efetivo na promoção da saúde das crianças e adolescentes, ao alinhar-se às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertam para o impacto nocivo do consumo precoce e frequente de alimentos ultraprocessados no aumento dos índices de obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas. Entretanto, o CRN-6 e o Consea Maceió (AL) não concordam com a Emenda Substitutiva posteriormente apresentada e aprovada nas comissões, pois esta enfraquece o caráter protetivo do projeto ao substituir a proibição clara por uma recomendação de preferência pelo consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Tal modificação descaracteriza a proposta inicial, abre espaço para interpretações permissivas e mantém brechas para a manutenção da lógica de comercialização de ultraprocessados no ambiente escolar. Ressaltamos que o ambiente escolar deve ser um espaço protetivo, formador e promotor de hábitos alimentares saudáveis, livre da pressão mercadológica e da influência da indústria de ultraprocessados, que frequentemente utiliza estratégias de marketing direcionadas ao público infantil. O CRN-6 e o Consea Maceió (AL) reafirmam, portanto, seu posicionamento contrário à emenda substitutiva e defende a aprovação e implementação da versão original do PL 425/2023, como medida concreta de saúde pública e de proteção integral à infância e adolescência em Alagoas. Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) de Maceió (AL) O CRN-6 e o Consea Maceió (AL) reafirmam, juntos, seu compromisso em defender políticas públicas efetivas de alimentação e nutrição, ressaltando que a proteção à infância exige medidas firmes, sem retrocessos que fragilizem conquistas em saúde coletiva.
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) torna público o resultado da 1ª etapa do processo seletivo de estagiários, referente à fase de homologação das inscrições. Nesta etapa, foram analisados os documentos enviados pelos(as) candidatos(as). Os nomes homologados seguem aptos para participar das próximas fases da seleção. Resultado da homologação Vaga A1 – Administração Não houve inscritos. Vaga A2 – Design Gráfico, Comunicação Social ou Publicidade Hanna Mikaella Tavares de Lima Vaga A3 – Direito Ana Lilian Mendonça Ferreira Gabriela Hellen da Conceição Gomes Jéssica da Rocha Fidelis Vaga A4 – Tecnologia da Informação Daniel Cavalcanti Noronha Diego Felipe da Silva Avelino Leon Lourenço da Silva Santos Pedro Henrique Lima Barbosa Pedro Henrique Souza de Almeida Rosa Vaga A5 – Nutrição Alicia de Fátima Linhares Morais Antony de Amorim Teles Emanoel Messias da Silva Bezerra Giovanna Rocha Almeida Jonatan Rufino Rocha Lucas Silva dos Santos Lima Maria Cecília Felix Pereira Maria Eduarda Faustino de Araújo Maria Fernanda Avelino Lessa Karen Camylle de Oliveira Yone Gabriely da Silva Marques Prazo para recursos Os(as) candidatos(as) que não tiveram suas inscrições homologadas poderão entrar em contato com o CRN-6 até o dia 19/08, exclusivamente pelo e-mail: assessoriarh@crn6.org.br. O CRN-6 reforça o compromisso com a transparência e a valorização da formação profissional, oferecendo oportunidades de estágio que contribuem para o aprendizado e para a vivência prática das futuras(os) profissionais.
18 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) publicou, no dia 17 de setembro, uma Nota de Desagravo Público em defesa da nutricionista Eduarda Emanuela Silva dos Santos (CRN-6 nº 13051), vítima de ofensas verbais, ameaça e violência psicológica no exercício de sua atividade profissional na Cadeia Pública de Vila Rica, em Mato Grosso. De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado, a profissional foi agredida verbalmente durante um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por um policial penal, que utilizou termos ofensivos e depreciativos relacionados à sua atuação no sistema prisional. O episódio representou uma tentativa de desqualificar a função desempenhada pela nutricionista. O CRN-6 destaca que esse tipo de violência não atinge apenas a profissional envolvida, mas fere toda a categoria, que atua em diferentes áreas da saúde, garantindo a segurança alimentar e nutricional da população, inclusive em espaços de privação de liberdade. Previsão no Código de Ética A Nota de Desagravo é uma medida prevista no Código de Ética e de Conduta do Nutricionista (Resolução CFN nº 599/2018), que assegura ao profissional o direito de solicitar esse recurso quando sofrer ofensas em decorrência do exercício da profissão. A deliberação foi aprovada em reunião de diretoria do CRN-6, conforme Ata nº 44, reforçando o compromisso da autarquia em defender a dignidade, a autonomia e a relevância social do trabalho do nutricionista. Compromisso institucional O CRN-6 se solidariza com a nutricionista Eduarda Emanuela e reafirma que permanecerá atuando em defesa da categoria, garantindo que profissionais tenham condições de exercer sua prática com respeito, ética e valorização. “Agressões dessa natureza não podem ser naturalizadas. O CRN-6 reafirma sua posição de defesa intransigente da dignidade da profissão e de cada nutricionista que, diariamente, enfrenta desafios para promover saúde e cidadania”, destacou a presidência do Conselho.
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) lançou edital de processo seletivo público simplificado para estágio remunerado de nível superior. O objetivo é preencher vagas imediatas e formar cadastro de reserva em diversas áreas, com oportunidades em Recife (PE) e Maceió (AL). As vagas contemplam estudantes dos cursos de Administração, Design Gráfico/Comunicação Social/Publicidade, Direito, Tecnologia da Informação e Nutrição. A bolsa-estágio mensal é de R$ 700,00, para jornada de até 30 horas semanais, além de auxílio-transporte de R$ 8,60 por dia estagiado presencialmente. O processo seletivo será realizado em duas etapas: análise curricular e entrevista. Estudantes com deficiência têm assegurada a reserva de 10% das vagas, enquanto candidatos negros contam com 30% das vagas, conforme previsto em lei. As inscrições devem ser feitas de 28 de agosto a 5 de setembro de 2025, exclusivamente por e-mail (assessoriarh@crn6.org.br), com envio da documentação exigida no edital. O resultado final será divulgado no site oficial do CRN-6. Rui Gonçalves ASC do CRN-6
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
O Nutrição Experience (NEX) 2025 mostrou, mais uma vez, a força da Nutrição e do compromisso coletivo dos profissionais com a saúde e a sociedade. Em sua edição mais inovadora, o evento percorreu quatro estados da jurisdição do Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) - Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte — e reuniu números que comprovam sua grandiosidade e impacto. Foram 30 horas de evento, 1069 km percorridos, 1380 participantes presenciais e 623 acompanhando on-line, conectando a profissão em diferentes territórios. Mais de 30 instituições de ensino superior estiveram diretamente envolvidas, com estudantes e professores, garantindo a participação de 100% das IEs da região. Ao todo, 33 palestrantes e mediadores compartilharam conhecimento e experiências, promovendo uma verdadeira imersão nos desafios e possibilidades da Nutrição. Para o presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, o diferencial deste ano esteve na ousadia de levar o NEX até onde os nutricionistas estão. “O NEX nasceu com o compromisso de ser um espaço de troca e valorização da profissão. Este ano, inovamos ao estar presente em diferentes territórios, reforçando a ideia de que o NEX deve estar onde o nutricionista está. Essa proximidade fortalece nossa categoria e amplia nossa capacidade de diálogo com a sociedade.” A vice-presidente, Raimunda Nunes, destacou o caráter coletivo e celebrativo do evento. “O NEX é, acima de tudo, um momento de encontro. Estarmos juntos, estudantes, professores e profissionais, celebrando nossa profissão, é fundamental para fortalecer a identidade e a importância da Nutrição no Brasil. Essa união é o que nos move.” Já a diretora Fabíola Marinho ressaltou a diversidade dos temas abordados ao longo da programação. “A grande riqueza do NEX é conseguir reunir as mais diversas áreas da Nutrição em um único evento. Em cada encontro, tratamos desde saúde coletiva até nutrição esportiva, passando pela clínica, indústria e assistência social. Essa pluralidade mostra a amplitude e a potência da nossa profissão.” Com tamanha abrangência, o NEX 2025 consolidou-se como o maior evento de valorização da Nutrição da região, reafirmando o papel do CRN-6 como instituição comprometida em estar ao lado dos nutricionistas e da sociedade. Rui Gonçalves CCOM do CRN-6
Por Nairton Severiano 2 de setembro de 2025
A 3ª Vara Cível da Comarca de Mossoró (RN) determinou que uma influenciadora digital, estudante de Nutrição e com mais de 1 milhão de seguidores, retire em até 48 horas todas as publicações em que utilizava o nome de um nutricionista e professor universitário para promover cursos online de educação alimentar. A decisão, proferida pelo juiz Flávio César Barbalho de Mello, fixou multa de até R$ 10 mil em caso de descumprimento. Segundo os autos, a estudante entrou em contato com o professor — coordenador do curso de Nutrição de uma instituição de ensino superior — apenas para esclarecer dúvidas técnicas sobre calorias, proteínas e déficit calórico. Entretanto, passou a utilizar o nome do docente em materiais de divulgação de cursos online sobre organização da rotina alimentar e substituições de alimentos, como se o profissional fosse avalista acadêmico do conteúdo. A prática pode configurar exercício ilegal da profissão, já que a Lei nº 8.234/1991 determina que a prescrição e orientação de dietas é atividade privativa de nutricionistas devidamente habilitados e registrados em Conselho Regional. Decisão judicial Na sentença, o magistrado destacou que a estudante descumpriu a promessa de não prescrever ou orientar programas nutricionais, além de utilizar a credibilidade do professor sem autorização. “O caso se agrava ainda mais com a associação do autor, profissional da nutrição e coordenador do curso, como avalista do curso oferecido pela ré, estudante de nutrição”, registrou o juiz. Ele também alertou para o risco de dano imediato à imagem do docente enquanto seu nome permanecer vinculado ao material divulgado. Além da retirada das publicações, a decisão também proíbe novas associações ao nome do professor sem autorização expressa. A importância da atuação ética e legal O CRN-6 reforça que apenas nutricionistas, legalmente habilitados e registrados, estão autorizados a prescrever dietas e orientar condutas alimentares individualizadas. Casos como esse evidenciam a necessidade de fiscalização e da valorização da atuação profissional responsável, que protege a saúde da população e garante segurança nas práticas alimentares. Rui Gonçalves, com informações da assesssoria
Por Rui Gonçalves 20 de agosto de 2025
O Nutrição Experience (NEX) 2025 chegou a João Pessoa no dia 16 de agosto, no mini auditório da Uninassau, e reuniu estudantes, docentes e profissionais para um dia inteiro de debates, palestras e trocas de experiências sobre os múltiplos campos da Nutrição. Na ocasião, Com o tema “Nutrição em Movimento: Cuidar e Transformar em Cada Fase da Vida”, a programação trouxe discussões desde a infância até o envelhecimento saudável, além de painéis sobre suplementação e práticas interdisciplinares no esporte. A palestra magna foi conduzida por Larissa Brito, doutora em Nutrição pela UFPB e especialista em transtornos alimentares, que apresentou reflexões sobre estratégias de emagrecimento. O Painel Temático: Nutrição ao longo da vida destacou: Infância em Foco, com Joana Leite, abordando estratégias nutricionais para crianças com dificuldades alimentares; Adulto Saudável e Qualidade de Vida, com Natali Rodrigues, trazendo a importância da nutrição clínica e esportiva no cuidado do adulto; Nutrição e Envelhecimento, com Keyth Sulamitta, que apresentou práticas atualizadas para o envelhecimento saudável. O evento ainda contou com um debate entre as palestrantes, seguido de um coffee-break com apresentação cultural da estudante e cantora Barbara Batista. A segunda parte da manhã foi dedicada à suplementação no esporte, com: Lavoisiana Lacerda, doutora em Ciências da Nutrição, discutindo o uso adequado de suplementos em diferentes contextos; Caio Victor, mestre em Ciências da Nutrição, que apresentou os efeitos da fitoterapia no desempenho cognitivo e esportivo. O NEX João Pessoa reforçou a proposta do CRN-6 de aproximar estudantes e profissionais em um espaço de atualização e integração. A diversidade de temas e a qualidade dos palestrantes destacaram a amplitude da Nutrição e sua importância em cada fase da vida. Rui Gonçalves ASC do CRN-6