Risco de obesidade é 45% maior entre jovens que comem muito ultraprocessado

Rui Gonçalves • 19 de abril de 2022

Com base em dados de 3.587 adolescentes entre 12 e 19 anos que participaram do inquérito nacional de saúde e nutrição dos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) calcularam o quanto o consumo de alimentos ultraprocessados impacta no risco de obesidade.


No estudo, os jovens foram divididos em três grupos de acordo com a quantidade ingerida desses produtos. Ao comparar os que mais comiam ultraprocessados (em média 64% do total de gramas da dieta) com aqueles que comiam menos (18,5% em média), observou-se que os do primeiro grupo tinham 45% mais chance de obesidade, 52% mais chance de obesidade abdominal (gordura localizada na barriga) e – o dado mais preocupante – 63% mais chance de obesidade visceral (acúmulo de gordura entre os órgãos), que está altamente relacionada com o desenvolvimento de hipertensão, doença arterial coronariana, diabetes tipo 2, dislipidemia e aumento do risco de mortalidade.


Os resultados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

“A evidência científica tornou-se bastante sólida em relação ao papel negativo dos alimentos ultraprocessados na pandemia de obesidade. Isso está muito bem demonstrado para os adultos. Entre os jovens já havíamos constatado que o consumo desses produtos é elevado – representando cerca de dois terços da dieta dos adolescentes norte-americanos –, mas os resultados referentes à associação entre padrões alimentares baseados em ultraprocessados e desfechos de saúde, entre eles a obesidade, eram escassos e inconsistentes”, explica Daniela Neri, primeira autora do artigo e integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública da USP.


Contexto

Coordenada pelo professor Carlos Augusto Monteiro, a equipe do Nupens foi pioneira em associar as mudanças no processamento industrial de alimentos com a pandemia de obesidade, que teve início nos Estados Unidos nos anos 1980 e, no século 21, atingiu a maioria dos países do mundo. Com base nessa hipótese, o grupo desenvolveu uma classificação para os alimentos, denominada NOVA, baseada no nível de processamento industrial. O trabalho embasou as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira lançado em 2014, que recomenda priorizar as preparações culinárias com alimentos in natura ou minimamente processados e evitar os ultraprocessados – categoria que pode incluir desde refrigerantes, bolachas recheadas e salgadinhos de pacote até mesmo um aparentemente inocente pão de forma integral (leia mais em: agencia.fapesp.br/20820/).


“De modo geral, os alimentos e bebidas ultraprocessados contêm aditivos químicos – como corantes, aromatizantes, emulsificantes e espessantes – que buscam melhorar as características sensoriais do produto. Muitos deles têm alta densidade energética e teores elevados de açúcar e gordura, o que contribui diretamente para o ganho de peso. Mas mesmo aqueles com baixas calorias, como o refrigerante diet, podem favorecer o desenvolvimento de obesidade de formas que vão além da composição nutricional. Por exemplo, interferindo na sinalização de saciedade do organismo ou modificando a microbiota do intestino”, explica Neri.


Metodologia

Na pesquisa recém-publicada, a dieta dos adolescentes foi avaliada por meio de uma metodologia conhecida como Recordatório Alimentar de 24 horas, que consiste na obtenção de informações sobre os tipos e as quantidades de todos os alimentos e bebidas ingeridos no dia que antecede a entrevista, bem como os horários e os locais de consumo das refeições. A maioria dos participantes incluídos na análise (86%) passou por duas entrevistas do tipo, com um intervalo de duas semanas entre elas.


Com base nesse recordatório, os jovens foram divididos em três grupos. No primeiro estavam os que consumiam até 29% dos gramas totais da dieta em ultraprocessados. No segundo, aqueles para os quais esse percentual variou entre 29% e 47% e, no último tercil, ficaram aqueles com valores acima de 48%.


Também foram avaliados os dados antropométricos dos participantes, entre eles peso, altura e circunferência da cintura. Esses índices foram avaliados para idade e sexo, de acordo com o padrão de crescimento do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.


“O risco de obesidade total foi estimado com base no IMC, que é calculado dividindo o peso [em quilos] pela altura ao quadrado [em metros]. Já para avaliar a obesidade abdominal nos baseamos na medida da circunferência abdominal. E um parâmetro menos conhecido, que é o diâmetro abdominal sagital, foi usado como proxy [valor representativo] da obesidade visceral”, conta Neri.


Como explica a pesquisadora, o diâmetro abdominal sagital é uma forma indireta e não invasiva de mensurar a quantidade de gordura entre os órgãos. “O indivíduo deita na maca e, com uma espécie de régua [paquímetro], é aferida a distância entre a parte inferior das costas até a região do umbigo, de modo que a gordura subcutânea mais mole caia para os lados e a gordura visceral, mais rígida, permaneça no local. Desse modo, evitam-se eventuais erros de medição que poderiam ser causados por dobras na região da cintura.”


Todos os dados avaliados na pesquisa da USP foram extraídos do National Health and Nutrition Examination Survey (Nhanes) – o inquérito nacional de saúde e nutrição realizado continuamente nos Estados Unidos. Trata-se de um banco público de dados que abrange uma amostra nacionalmente representativa da população dos Estados Unidos. No estudo, foram usadas informações coletadas entre 2011 e 2016. Segundo Neri, as conclusões podem ser extrapoladas para os jovens brasileiros, que também estão expostos desde cedo aos alimentos ultraprocessados, ainda que em menor proporção.


“No Brasil não há nenhum levantamento que forneça, ao mesmo tempo, informações sobre consumo alimentar de adolescentes e dados antropométricos coletados em avaliações presenciais. Esse tipo de inquério nutricional tem alto custo e requer financiamento contínuo. No país há algumas iniciativas similares, porém, mais simples”, comenta Neri.


No Vigitel, que é o inquérito nacional conduzido anualmente pelo Ministério da Saúde para monitorar fatores de risco e proteção para doenças crônicas, por exemplo, a coleta de dados é feita por telefone e somente com pessoas acima de 18 anos. Os dados mais recentes desse levantamento, divulgados em janeiro deste ano pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), apontam que a taxa de obesidade na população adulta do Brasil passou de 11,8% em 2006 para 21,5% em 2020, ou seja, praticamente dobrou.


Já a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz dados sobre o consumo alimentar de adolescentes e adultos no país, mas não contém informações sobre o estado de saúde dos pesquisados.


Segundo a edição mais recente da POF, feita entre 2017 e 2018, mais da metade (53,4%) das calorias consumidas pelos brasileiros vêm dos alimentos in natura (verduras, frutas, carnes, leite etc.) ou minimamente processados (grãos e farinhas, por exemplo), 15,6% de ingredientes culinários processados (como sal, açúcar e azeite), 11,3% de alimentos processados (queijos, pães artesanais, frutas e legumes em conserva) e 19,7% de alimentos ultraprocessados. Entre os adolescentes analisados na POF a proporção de ultraprocessados representa 27% do total de calorias diárias, enquanto entre adultos com 60 anos ou mais esse percentual é de 15,1%.


Comparações

Em outro estudo conduzido no Nupens e divulgado na revista Obesity Reviews, os pesquisadores compararam os dados sobre o padrão alimentar dos adolescentes da POF 2017-2018 com informações similares de outros sete países: Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos e Reino Unido.


A participação dos ultraprocessados na dieta dos jovens variou bastante entre as nações – sendo menor na Colômbia (19% das calorias da dieta) e no Brasil (27%) e mais alta entre os britânicos (68%) e norte-americanos (66%). Apesar da discrepância no consumo, o impacto na qualidade da dieta foi muito parecido em todas as populações avaliadas, conta Neri à Agência FAPESP.

“Nesse estudo os jovens também foram divididos em grupos de acordo com o consumo de ultraprocessados. E observamos que, à medida que aumenta a participação desses produtos, há uma piora na qualidade da dieta, ou seja, cresce a densidade energética e os teores de açúcar. Por outro lado, ocorre redução de fibras. O efeito negativo é muito parecido em todos os países, independentemente da proporção de ultraprocessados, da região ou da cultura.”


Embora o arroz com feijão ainda seja a base da alimentação brasileira, ressalta a pesquisadora, um levantamento divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde revelou que o consumo de ultraprocessados é frequente no país até mesmo entre crianças com menos de 5 anos: mais de 80% dos indivíduos nessa faixa etária fazem uso regular.


“A ingestão desses produtos tira o espaço do alimento in natura ou minimamente processado em uma fase em que os hábitos alimentares estão sendo formados”, alerta Neri. “Essa exposição de crianças e adolescentes a esses alimentos obesogênicos representa uma verdadeira programação para problemas futuros de saúde. É realmente preocupante.”

Para a pesquisadora, controlar essa exposição é algo que está além da capacidade das famílias, uma vez que seria necessário remodelar todo o sistema alimentar atual.


“Além de conscientizar os consumidores, é preciso agir em várias frentes por meio de políticas públicas. Há diferentes estratégias possíveis, como restringir a publicidade, principalmente para crianças, e aumentar a tributação desses produtos, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso aos alimentos in natura. Outra medida fundamental diz respeito aos rótulos, que devem trazer informações mais claras para guiar as escolhas alimentares dos consumidores”, avalia Neri.


Fonte: Agência Brasil


Por Nairton Severiano 8 de julho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) encerrou o primeiro semestre de 2025 com um expressivo volume de ações fiscalizatórias em sua área de abrangência, que inclui os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao todo, foram mais de 1.460 fiscalizações realizadas entre janeiro e junho, reafirmando o compromisso da autarquia com a valorização da profissão e a proteção da sociedade. As visitas técnicas e diligências foram distribuídas entre grandes centros urbanos e municípios do interior, garantindo a presença ativa do Conselho em diferentes realidades e contextos regionais. A atuação firme e estratégica da equipe de Fiscalização busca assegurar que o exercício da Nutrição ocorra de forma ética, legal e qualificada, conforme estabelece a legislação vigente. A coordenadora da Fiscalização do CRN-6, Aline Freire, destaca que “essas ações são fundamentais para coibir o exercício ilegal da profissão, orientar os profissionais e instituições quanto às normativas do Sistema CFN/CRN e, acima de tudo, fortalecer a presença do nutricionista nos serviços de saúde, educação, assistência social e alimentação coletiva”. Além de combater irregularidades, as fiscalizações também têm caráter pedagógico e orientativo, promovendo o diálogo com os profissionais, empresas e gestores, e contribuindo para a melhoria das condições de trabalho e da qualidade dos serviços prestados à população. Com um olhar atento, presença constante e compromisso com a categoria, o CRN-6 segue atuando com responsabilidade e proximidade, garantindo que a Nutrição seja exercida com excelência em todos os territórios sob sua jurisdi ção.
Por Nairton Severiano 8 de julho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) e a Comissão Organizadora do Nutrição Experience 2025 publicaram edital de seleção para estudantes de Nutrição interessados em atuar como monitores nas edições do evento que ocorrerão nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A monitoria é voltada a estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação em Nutrição nos quatro estados da jurisdição do CRN-6, que tenham interesse em participar ativamente da organização de eventos acadêmicos e científicos. Trata-se de uma oportunidade única para fortalecer a formação profissional, ampliar a experiência em gestão de eventos e atuar em atividades práticas no campo da Nutrição. As inscrições estarão abertas entre os dias 08 e 15 de julho de 2025 e devem ser feitas exclusivamente pelo formulário disponível em: https://forms.gle/Bj1Cn1XWukFdz4E18 . O resultado será divulgado em 20 de julho . Cada estudante selecionado receberá certificado de participação e poderá contar com ajuda de custo para alimentação e transporte. As atividades terão início ainda em julho e seguirão até setembro, exigindo dedicação, responsabilidade e espírito de colaboração por parte dos monitores. As vagas estão distribuídas da seguinte forma: Natal/RN – 02 de agosto | 6 vagas Maceió/AL – 09 de agosto | 6 vagas João Pessoa/PB – 16 de agosto | 6 vagas Recife/PE – 30 de agosto | 10 vagas Os selecionados participarão de reuniões preparatórias, organização de materiais e suporte no dia do evento, contribuindo diretamente para o sucesso do Nutrição Experience 2025, que será realizado em alusão ao Dia do Nutricionista , comemorado em 31 de agosto. 📌 Fique atento aos prazos e participe! Essa é uma excelente oportunidade de formação para quem deseja ampliar sua atuação na área da Nutrição e integrar-se às atividades do Conselho. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 24 de junho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) marcou presença no Conasems 2025, considerado o maior evento de saúde pública do mundo, reunindo milhares de profissionais, gestores e representantes de entidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em um espaço de construção coletiva e intercâmbio de experiências. Representando o Conselho, a diretora Fabíola Marinho, nutricionista com trajetória na Atenção Primária à Saúde, esteve em diálogo direto com gestores municipais de toda a região Nordeste, reforçando a importância da inserção qualificada, homogênea e estratégica do nutricionista no SUS. Durante o evento, Fabíola também participou como palestrante, conduzindo a apresentação “Nutricionista é saúde: a importância da atuação multiprofissional no SUS”, em que defendeu a valorização da Nutrição como eixo central das políticas públicas de saúde. Sua fala ressaltou que fortalecer a presença da Nutrição na rede pública é garantir saúde com equidade, prevenção com ciência e cuidado com dignidade. A participação no Conasems reforça o compromisso do CRN-6 com a ampliação dos espaços de atuação profissional e com o fortalecimento de uma Nutrição comprometida com o bem-estar coletivo. Mais do que marcar presença, o Conselho segue atuando de forma ativa na incidência política e técnica pela valorização da categoria nos territórios da sua jurisdição.
Por Nairton Severiano 18 de junho de 2025
No último dia 16 de junho , o Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) celebrou seus 45 anos de atuação com um evento institucional marcado por emoção, reconhecimento e reafirmação do compromisso com a valorização profissional. A comemoração do Jubileu de Safira reuniu gerações que fizeram e seguem fazendo história na Nutrição da região Nordeste. O presidente do CRN-6, Rafael Azeredo, foi o anfitrião da solenidade e destacou em sua fala a importância de manter vivas as conquistas do passado, sem perder de vista os desafios do presente e as possibilidades de um futuro mais digno para a categoria. “Celebrar 45 anos é honrar quem abriu os caminhos e reafirmar o nosso compromisso com cada nutricionista que atua na base, nos serviços públicos, na academia e em tantos espaços em que a Nutrição transforma vidas”, afirmou. A celebração contou com a presença ilustre de ex-presidentes do Conselho que marcaram época: Samuel Paulino, Adelaide Rêgo, Ana Maria Furtado, Ruth Lemos e Elenice Costa, em um momento de reencontro, troca de experiências e reconhecimento pelo legado construído. Um dos pontos mais comoventes da cerimônia foi a homenagem póstuma à ex-presidente Ida Cristina Veras, cuja lembrança foi celebrada com carinho por todos e recebida com emoção por seus familiares. Também estiveram presentes representantes das principais instituições que compõem o sistema e o campo da Nutrição no Brasil, como a Asbran (Associação Brasileira de Nutrição), a Federação Nacional dos Nutricionistas, os sindicatos dos quatro estados da jurisdição e a Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição, além dos conselheiros federais Riso Calazans, Caio Victor e Érika Carvalho, fortalecendo os laços entre as instâncias do Sistema CFN/CRN. O evento celebrou não apenas uma data, mas uma trajetória de lutas, conquistas e resistência. Ao longo de 45 anos, o CRN-6 tem atuado de forma firme em defesa da Nutrição como direito e da valorização profissional como eixo central da saúde pública. O momento foi também de projeção para o futuro: com diálogo, participação e compromisso, o Conselho segue construindo novas pontes para fortalecer a atuação dos nutricionistas nos diversos territórios da sua jurisdição. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 14 de junho de 2025
Entre os dias 9 e 11 de junho, Recife (PE) tornou-se o centro das discussões sobre políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional com a realização do I Encontro Regional do SISAN Nordeste. O evento reuniu representantes de diversos estados da região, gestores públicos, conselhos, movimentos sociais e entidades de classe para debater e fortalecer a governança participativa e intersetorial do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). E é claro que o Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN-6) marcou presença de maneira ativa e forte na construção de diálogos e formação de profissionais da Nutrição. Com uma programação intensa ao longo de três dias, o Encontro foi marcado por momentos de escuta, troca de experiências e construção coletiva de estratégias voltadas à efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). A abertura oficial ocorreu na segunda-feira (9), com falas institucionais e painéis que abordaram o panorama do SISAN no Nordeste, além da apresentação de experiências exitosas nos âmbitos estadual e municipal. Na terça-feira (10), os participantes se dividiram em grupos de trabalho temáticos, com foco nos desafios da intersetorialidade e no aprimoramento dos mecanismos de monitoramento e avaliação das ações do SISAN. Um dos destaques do dia foi a transmissão ao vivo da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) do Consórcio Nordeste, reforçando o compromisso das gestões estaduais com uma agenda integrada para enfrentar a fome e promover a segurança alimentar no território nordestino. Encerrando a programação, a quarta-feira (11) foi dedicada a oficinas práticas sobre temas estratégicos como o Protocolo Brasil Sem Fome, compras públicas da agricultura familiar e gestão do SUAS, reforçando o papel central da articulação entre políticas públicas para garantir a alimentação como direito e não como privilégio. O CRN-6 marcou presença ativa no Encontro, reafirmando seu papel técnico e político na construção de uma alimentação digna para todos. A autarquia promoveu capacitações técnicas para os participantes, conduzidas pelos nutricionistas Isabel Gazzaneo, Felipe Soares, Daniela Araújo e Louriene Antunes , com foco no papel do nutricionista na efetivação da política de segurança alimentar e na atuação intersetorial nos territórios. A realização do evento foi fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), Governo de Pernambuco e CRN-6. Texto: Rui Gonçalves
Por Nairton Severiano 10 de junho de 2025
O Conselho Regional de Nutrição - 6ª Região (CRN-6) realizou, no dia 3 de junho de 2025, uma grande ação presencial em Caruaru (PE) para marcar a reinauguração da Representação Regional no Agreste pernambucano. O evento foi sediado no Bora Coworking – Empresarial Difusora e reuniu nutricionistas, estudantes e representantes da diretoria do Conselho em uma programação extensa, voltada para a escuta qualificada, orientação técnica e valorização profissional. Ao longo da tarde e noite, os participantes puderam acompanhar uma série de atividades, como a realização do espaço “Fale com o Presidente”, conduzido por Rafael Azeredo, presidente do CRN-6, que promoveu um diálogo aberto sobre o tema “Piso Salarial do Nutricionista”, escutando atentamente as demandas dos profissionais da região. O evento também contou com uma palestra técnica da nutricionista Paula Brielle sobre marketing nas redes sociais com ética, apontando estratégias de visibilidade profissional alinhadas à responsabilidade ética da categoria. A programação envolveu ainda ações de fiscalização dirigida e orientativa, plantão de entrega de carteiras profissionais para novos registrados, apresentação dos serviços prestados pelo CRN-6 e emissão de certificados para todos os participantes. A iniciativa fez parte do calendário do CRN-6 Perto de Você , projeto que tem como objetivo aproximar o Conselho da categoria em diferentes territórios da sua jurisdição. Para o presidente Rafael Azeredo , a presença do CRN-6 em Caruaru representa o fortalecimento da atuação institucional no interior de Pernambuco. “Estar presente em cada território é reafirmar nosso compromisso com a Nutrição como prática ética, técnica e socialmente comprometida. Caruaru é um polo estratégico e merece atenção especial”, destacou. A ação reforça o compromisso do Conselho com o diálogo, a escuta ativa e o fortalecimento da atuação profissional nas diversas realidades que compõem a 6ª Região. Texto: Rui Gonçalves
Por Rui Gonçalves 29 de maio de 2025
Nos últimos meses, o Conselho Regional de Nutrição 6ª Região (CRN-6) promoveu uma série de visitas técnicas e atividades formativas em instituições de ensino superior, impactando diretamente mais de 100 estudantes de Nutrição. Universidades como Estácio, Fafire, Unibra e Unifacol receberam representantes do Conselho para palestras sobre ética, funcionamento do sistema CFN/CRN, fiscalização e valorização da profissão. Essas ações fazem parte da estratégia do CRN-6 de aproximar o Conselho dos futuros profissionais, contribuindo para sua formação cidadã e comprometida com os princípios éticos da Nutrição. O acolhimento e a escuta ativa dos estudantes também têm sido pontos centrais dessas visitas, fortalecendo o vínculo institucional com a comunidade acadêmica. Durante os encontros, os alunos puderam esclarecer dúvidas, conhecer mais sobre os direitos e deveres profissionais e entender como podem se envolver desde cedo com os debates da categoria. O CRN-6 acredita que a formação crítica começa na graduação e deve ser continuamente incentivada.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
Foi publicado na última edição da Revista DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde — periódico científico interdisciplinar editado pelo Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro — artigo sobre " Fatores associados à realização de consultas on-line por nutricionistas brasileiros durante a pandemia da Covid-19 ".  O estudo demonstrou, a partir de uma amostra representativa dos nutricionistas brasileiros, "que a preferência pela realização de consultas on-line durante a pandemia de Covid-19 estava significativamente associada a possuir cadastro na plataforma e-Nutricionista, à percepção desses nutricionistas quanto à aceitação dos seus pacientes em relação à Telenutrição, e à disposição desses profissionais em reduzir o valor das consultas para manter a modalidade on-line. Esses achados fornecem informações importantes sobre a adaptação e aceitação da Telenutrição no contexto brasileiro, e apresenta implicações relevantes para a prática clínica e a formulação de novas políticas". Para os autores do trabalho, os achados do estudo são relevantes "para direcionar as entidades ligadas à Nutrição, na perspectiva de serem tomados direcionamentos como ampla divulgação da plataforma e-Nutricionista, das diretrizes associadas à prática de Telenutrição e a capacitação sobre os documentos orientativos, éticos e de gestão da atuação do nutricionista, objetivando o crescimento e a usabilidade da Telenutrição como ferramenta para prestação de serviços de saúde.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
A Agência de Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa (Anvisa) iniciou este mês um novo ciclo de coleta de amostras do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. A ação é uma parceria com estados e municípios e com o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais. Em nota, a agência reguladora informou que o ciclo 2025 prevê a coleta de 3.505 amostras de um total de 13 alimentos, incluindo abacaxi, amendoim, batata, brócolis, café (em pó), feijão, laranja, mandioca (farinha), maracujá, morango, quiabo, repolho, trigo (farinha). As coletas, segundo a Anvisa, estão previstas para ocorrer entre maio e dezembro no Distrito Federal e nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.  “Este é o terceiro ciclo do Plano Plurianual 2023–2025, que prevê o monitoramento de 36 alimentos que representam cerca de 80% do consumo nacional de alimentos de origem vegetal”, destacou a agência. Entenda Criado em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos é o resultado de uma ação conjunta da Anvisa, de vigilâncias sanitárias locais e de laboratórios centrais de saúde pública. A proposta é monitorar resíduos de agrotóxicos em alimentos que chegam à mesa do consumidor, visando reduzir eventuais riscos à saúde. De acordo com a Anvisa, as coletas dos alimentos são realizadas pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, em locais onde a população adquire os alimentos, de forma que se obtenha amostras com características semelhantes ao que será consumido. “Assim, as coletas são realizadas semanalmente no mercado varejista, tais como supermercados e sacolões, seguindo uma programação que envolve a seleção prévia dos pontos de coleta e das amostras a serem coletadas”, informou a agência. Atualmente, o programa analisa mais de 300 agrotóxicos em 36 alimentos, totalizando mais de 45 mil amostras analisadas desde 2001. A escolha dos alimentos leva em conta a dieta básica da população brasileira, conforme dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Anvisa explica que os resultados subsidiam medidas quanto às irregularidades e riscos identificados, além de possibilitar a avaliação e o mapeamento das situações em que os resíduos de agrotóxicos nos alimentos possam representar risco à saúde da população.
Por Rui Gonçalves 27 de maio de 2025
Depois da proibição da comercialização das marcas de azeite de oliva Alonso e Quintas D´Oliveira na terça-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nova resolução nesta quinta-feira (22) proibindo a comercialização de outras duas marcas do produto: Escarpas das Oliveiras e Almazara. A medida é resultado de investigações da Anvisa, após denúncia feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Conforme a resolução publicada no Diário Oficial da União, o impedimento da comercialização deve-se à origem desconhecida das duas marcas de azeite. A decisão também traz que a embaladora dos produtos, a empresa Oriente Mercantil Importação e Exportação Ltda, consta como tendo o CNPJ encerrado junto à Receita Federal desde 8 de novembro de 2023 . Em caso de descumprimento da decisão, a venda dos produtos pode representar infração grave, inclusive com a responsabilização dos estabelecimentos que seguirem vendendo essas marcas de azeite. Além de irregularidades nos padrões de rotulagem, as marcas não tinham licenças na Anvisa ou no Ministério da Saúde. Nos rótulos dos produtos consta apenas o nome da embaladora Oriente Mercantil Importação e Exportação. Fonte: Agência Brasil